Iniciação Científica (PIC) e Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (PIBITI), V EAIC e II EAEX

Tamanho da fonte: 
ESPECTROS DO MODERNISMO - UM DIÁLOGO ENTRE A TRADIÇÃO PICTÓRICA E O IMAGÉTICO POP
Eduardo Neves Camargo

Última alteração: 2019-08-11

Resumo


O seguinte trabalho é uma pesquisa em poéticas visuais em pintura. A partir de características identificadas na produção anterior do orientando e tendo como base a obra teórica do autor Aby Warburg, o processo foi de uma produção contínua, visualmente tratando das as questões conceituais, amadurecendo, e materializando o seu significado com mais potência; e nas ideias warburguianas de sobrevivência e do historiador enquanto sismógrafo do seu tempo, recontextualizadas no contexto criativo do artista. Tendo como referencial a produção de pintores contemporâneos tais como Marlene Dumas, Luc Tuymans, Daniel Richter e Peter Doig e tendo identificado uma pulsão formal na própria produção do orientando, ocorreu a incorporação de métodos e de uma visualidade modernista reapropriada para o contexto atual. Contudo, no eixo temático essas imagens pop, que são um acervo iconográfico de base, são apropriadas para serem distorcidas e dotadas de uma aura: seja pelo modo de fazer (pincelada, cores, composição) ou por uma explicitação de certos signos (um método de “colagem” na qual figuras heterogêneas dividem o mesmo espaço), esse imaginário pop não fica estanque, mas busca-se evidenciar afinidades subcutâneas entre essa iconografia e a história da arte, em um diálogo visual entre a tradição pictórica e a produção memética. Fazendo-se valer da situação contemporânea a qual confere individualidade nas escolhas artísticas e está constantemente fazendo diálogos com os períodos passados, nasce uma poética inicialmente travada com uma ânsia formal, alimentada pelos modernistas, recontextualizada pela pop art inclassificável de Robert Rauschenberg e flertando tanto com o lado claramente “desencantado” e sígnico de Andy Warhol como a busca pôr uma fascinação estética de Gerhard Richter; e por fim tenta se relocalizar dentro de uma perspectiva da pintura contemporânea, a qual tem retomado certos preceitos do modernismo e abordado tanto valores “universais” como questões de contextos políticos específicos, partindo de um vocabulário estabelecido pelos modernos. Pôr fim, a pesquisa propõe uma equidade entre o pensamento acadêmico e a pintura do campo “erudito” com uma cultura geralmente negligenciada pelos próprios artistas, que é de todos esses campos da indústria cultural, além de traçar laços entre as duas, tal como os autores Nick Land e Mark Fisher proporam nos últimos anos no âmbito da filosofia e crítica cultural.


Palavras-chave


Aby Warburg; Pintura; Hauntologia

Texto completo: Sem título