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PROCEDIMENTOS NÃO-NORMATIVOS PARA UMA POÉTICA DE GÊNERO
Última alteração: 2019-08-13
Resumo
A partir da perspectiva de uma direção teatral feminista interseccional, com base nos estudos de gênero de Judith Butler, são investigadas possíveis relações entre a condição de corpos feminilizados e uma poética que problematize questões de gênero. Cada corpo possui uma força singular. A partir de ações micro-políticas, são colocadas em questão normatividades de gênero e processos de docilização dos corpos. Busca-se, em contrapartida, descobrir pulsões genuínas desses corpos, através de um processo de liberação como primeiro estágio em direção a um desejo de liberdade coletiva. Isso ocorre com o intuito de pôr em embate aspectos sócio-culturais que pretendem regular identidades e deslegitimam sua pluralidade de maneira violenta: os corpos feminilizados agem em resposta a essa violência (ainda que de formas sutis). Na pesquisa, são apresentados princípios metodológicos de trabalho de direção teatral que visam uma poética-política de discussão de gênero. Para tanto, é realizada uma reflexão teórica, vislumbrando a prática de exercícios e procedimentos criativos potencializadores de reações corporais que evidenciem estereótipos de gênero. Voltado a um processo de investigação das subjetividades que envolvem esses corpos, são observados exercícios que pretendem atingir estados de presença através da exaustão física, partindo de princípios de Jerzy Grotowski.
Palavras-chave
Direção teatral. Gênero. Corpo.