Dear Esther (PINCHBECK, 2012) é uma narrativa digital que lança mão do modelo do game para construir sua história e a forma de contá-la. O projeto de pesquisa, cujos resultados aqui se apresentam, tinha como objetivo principal oferecer uma interpretação dessa obra, explorando aspectos formais dela em si mesma, a sua posição na história da literatura digital e o seu conteúdo narrativo. Assim, o que se apresenta a seguir é essa interpretação da obra considerando a sua manifestação formal ao leitor (interatividade, forma game e a relação dessa forma de manifestação com a história a literatura digital) assim como o seu conteúdo, relacionando-o com a mesma forma da narrativa e com elementos interpretativos externos à obra, provindos principalmente dos estudos psicanalíticos de Gaston Bachelard (1998). Como conclusão, mostraremos que 1) Dear Esther, na história da literatura digital, se encontra na fase hypermedia, dentro da tipologia de Funkhouser (2007), 2) se constrói formalmente pelo uso da interação “forte” (Lopes, 2001) e de uma “violência” (Heckman, 2011) sobre a tradição dos games em 1ª pessoa e 3) por meio dessa forma, apresenta a história de um homem que se suicida perfazendo um ritual que engloba os quatro elementos (fogo, terra, água e ar).

Palavras-chave: Literatura Digital. História. Interpretação.