Última alteração: 2019-08-07
Resumo
O projeto partiu de um levantamento estatístico da participação de mulheres como diretoras de filmes de longa-metragem no Brasil e no México, tendo como base os anuários dos anos 2007 e 2017, disponibilizados pelo Observatório do Cinema e do Audiovisual (OCA) da Agência Nacional de Cinema (ANCINE), e pelo Instituto Mexicano de Cinematografía. Há uma lacuna de informação que marca a importância desta categoria de análise que podem contribuir para a elaboração de políticas públicas que mitiguem a desigualdade de gênero na indústria cinematográfica latino-americana. Conforme o anuario 2017 do OCA, em 2017, o percentual de filmes dirigidos por mulheres diminuiu de 20,3% para 15,8%, enquanto que a direção mista (homem e mulher juntos assinando a direção) aumentou de forma significativa, passando de 1,4% em 2016, para 7%, em 2017. O trabalho analsisa estes dados que revelam um desequilíbrio no investimento dos recursos públicos em filmes realizados por homens e mulheres, brancos e negros, bem como o programa intitulado Audiovisual Gera Futuro, lançado em fevereiro de 2018, que estabeleceu um sistema de cotas para assegurar a participação de realizadores oriundos de camadas da sociedade que historicamente tem seu direito à voz subtraído, como é o caso das mulheres, dos negros e indígenas. No caso mexicano é analisada a questão da atuação das mulheres no campo da realização cinematográfica, de acordo com o anuário estatístico do setor, que demonstra em 2017, uma tendência de crescimento, com 42 filmes dirigidos por mulheres. Como referências principais foram utilizados os documentos da ANCINE e do Instituto Mexicano de Cinematografía. e o estudo de Marina Cavalcanti Tedesco sobre chegada das mulheres latino-americanas ao posto de diretoras de cinema.
Palavras-chave: Cinema. Mulheres. America Latina.