O pensamento em Dança que se propõe nesta pesquisa de iniciação científica, edição 2018-2019, almeja investigar a combinação de elementos de danças distintas, enquanto possibilidades múltiplas que impulsionam a emergência de uma outra dança, por intermédio de processos de hibridação e simbiose (VIEIRA, 2008). Ao pressupor que cada código de movimento implica sistemicamente em um contexto político e social, tendo em vista que o corpo é mídia de si mesmo (KATZ, 2005), este se dá afim de perceber e utilizar as “novidades” provenientes dos entrecruzamentos de propriedades compartilhadas (VIEIRA, 2008) de cada estilo/modalidade de dança. Se considerarmos as competências biológicas hereditárias de um corpo enativo (VARELA, 2011) – nativo, em contato com culturas – urbanas –  distintas, como pode-se observar no contexto brasileiro, o presente estudo intende a descentralização de entendimentos superficiais acerca de práticas de dança que ao objetivarem a reprodução de um modelo estético referente à uma identidade que não a sua, banalizam e despontencializam o que aquela dança poderia ser. Em outras palavras, quer-se aqui propor um modus operandique estimule a criação de assinaturas conscientes de movimento. Como parâmetros referenciais, partimos do entendimento das Danças Vernaculares (STEARNS, 1970) para estudo estrutural e compositiva do pensamento; do viés Sistêmico como o da Teoria Geral dos Sistemas (VIEIRA, 2008) para que possa-se olhar categoricamente para as características do fenômeno; do Sistema Laban (LABAN, 1997) para problematizar as possibilidades expressivas; e a Semiótica Peirceana (VIEIRA, 2008) para se perceber as possíveis construções de sentido. Como resultados desta pesquisa, foram produzidas duas obras intituladas "Algodão Doce" e "Natividade Urbana" e também se produziu um vídeodança (ainda em processo de produção), denominado "Total FLEXN".