Essa pesquisa investiga o desenvolvimento artístico-pessoal do performer a partir de treinamentos físicos. Para tanto, parte-se de conceitos abordados por Luís Otávio Burnier em “A Arte de Ator: da técnica à representação” (como ação física, intenção, élan e impulso; ritmo, fluxo, precisão e organicidade; energias potenciais; treinamento e hiper-tensão) e por Eugenio Barba em “A canoa de papel” (como energia, sats; equilíbrio e oposição; corpo dilatado e pré-expressividade) que são estudados teórica e praticamente. Foca-se, então, a relação entre estas proposições e a ideia de performatividade como colocada por Josette Féral.  O objetivo é discutir a proposição e a prática de um treinamento de performer, em que se incorporem técnicas que visem o fortalecimento da presença cênica, pautando-se pelos conceitos abordados. Assim, as práticas de desenvolvimento de partituras de ações físicas, considerando-se élan, impulso, ritmo, fluxo, precisão e organicidade, e sua realização por um corpo dilatado, através de oposições, equilíbrios precários, focando-se a energia e os sats, são abordadas por meio de um treinamento pessoal da autora. Parte-se, então, para um processo de criação, em que se observa-se a confluência do material com a performatividade, gerando uma busca incessante por um estado corporal que priorize a presença cênica, a organicidade, a potência e a precisão. Assim, a pesquisa é desencadeada através de uma investigação bibliográfica e prática, desenvolvendo-se uma cena que alia resultados do treinamento proposto com o estudo da atuação performativa.