Última alteração: 2019-07-31
Resumo
Música Visual categoriza uma expressão artística essencialmente mediada pela tecnologia, e como tal, encontra-se em constante processo de transformação à medida que novas possibilidades de articulação entre o som e a imagem são viabilizadas com o desenvolvimento de novos meios. Por conseguinte, configura um conceito abrangente que hoje encontra-se em rápida expansão. Contudo, sua definição mais recorrente desponta do cinema de vanguarda emergente na Alemanha durante a década de 1920 e remete aos Filmes Absolutos produzidos por Walter Ruttman, Hans Richter, Viking Eggeling e Oskar Fischinger, artistas conectados por um mesmo contexto social e cultural que, influenciados por ideias similares, manifestaram seus interesses em explorar princípios da linguagem musical no meio visual através de uma abordagem semelhante concebida pelos recursos do cinema. O estudo desenvolvido nesta pesquisa constrói uma análise de suas obras, conceitos e processos artísticos a fim de compreender como a Música Visual estrutura-se em seus Filmes Absolutos. Tendo em vista a relevância das produções de Fischinger enquanto ponto de convergência das questões estéticas e conceituais investigadas por seus contemporâneos (WERNECK, 2014, p. 43), bem como, considerando a importância e influência que as mesmas desempenharam para as gerações posteriores de artistas da Música Visual, o artigo aborda com maior ênfase a filmografia do cineasta buscando entender de que forma se estabelecem as relações audiovisuais de seus filmes em contraponto com outros trabalhos cinematográficos inseridos no movimento. Desse modo, apresenta uma perspectiva sobre o conceito de Música Visual no Filme Absoluto que contempla e correlaciona as diferentes concepções fomentadas por seus precursores.