Última alteração: 2019-08-09
Resumo
A presente pesquisa tem por propósito investigar as funções outras que o figurino pode ocupar na cena para além da caracterização. Os parâmetros traçados por Konstantin Stanislavski sobre a construção da personagem – tanto no exercício que parte das noções psicológicas (internas) quanto no seu caminho oposto, partindo da externalidade, objetivando a criação da persona – certamente já ofereceram diversas possibilidades de relação com a totalidade da encenação. No entanto, a diversidade dos modos de inserção do figurino nas práticas teatrais durante todo os séculos XX e XXI, mostram que paralelamente à caracterização, outras funcionalidades podem ser acrescentadas interferindo e auxiliando na estruturação dramatúrgica e/ou nas demais dinâmicas da cena. Diante disso, opta-se pela análise de três aplicabilidades: o figurino como o lugar; como o responsável, ou corresponsável, pelas texturas criadas em cena e também como ambientação. Além disso, interessa para o estudo entender como esse elemento é elaborado levando em consideração suas particularidades enquanto materialidade e notar também a partir de qual momento ele entra no processo de criação das montagens e o quanto se torna estruturante dentro da escritura cênica em conjunto com os demais elementos. Os estudos de caso foram delimitados por apresentarem alguma das três finalidades descritas e também por serem produções recentes. Dois destes estudos são produções curitibanas apresentadas na cidade nos anos de 2017 e 2018. “Hoje é dia de Rock”, com direção e figurinos de Gabriel Villela e “Primavera Leste”, direção de Dimis Jean Sores com figurinos de Val Sales e por fim, “PI – Panorâmica Insana”, de Bia Lessa, com figurinos de Sylvie LeBlanc, produção paulista que cumpriu apresentações no Festival de Teatro de Curitiba em 2019.