Iniciação Científica (PIC) e Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (PIBITI), V EAIC e II EAEX

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ANÁLISE DA RESPIRAÇÃO NA INTERPRETAÇÃO CÊNICA DE UM TRECHO DA PEÇA “ANTÔNIO E CLEÓPATRA”, DO DRAMATURGO WILLIAM SHAKESPEARE
Larissa Merlo

Última alteração: 2019-08-07

Resumo


O presente projeto busca compreender a relação da respiração no trabalho de interpretação cênica do ator, tendo como referência um texto de William Shakespeare e as concepções de teóricos do teatro, como Antonin Artaud, Yoshi Oida e Jerzy Grotowski; da neurociência e biomedicina, como António Damásio e Mariana Zuanazzi Cruz e da fonoaudiologia, como Mara Behlau, Paulo Pontes e Eudósia Acuña Quinteiro. Assim, analisa uma possível conexão entre o teatro e a ciência, mais especificamente a neurociência, no que diz respeito à relação entre a respiração e as emoções para criação cênica. Tendo em vista que essa relação corpo-respiração-emoções perpassa pelo conhecimento corporal, o projeto realizou uma oficina prática intitulada “Respiração e Criação Cênica: um caminho para as emoções”, a qual teve como público alvo atores, iniciantes e experientes, com faixa etária entre 14 e 18 anos. Para a elaboração da oficina, como ministrante, escolhi exercícios provenientes de práticas teatrais, da yoga e da fonoaudiologia, em seguida, elaborei um plano de aula com duração de seis horas dividas entre os dias 09, 16 e 23 de maio de 2019. O objetivo inicial da oficina era chegar ao final do processo com a montagem de uma cena da obra “Antônio e Cleópatra”, de Shakespeare, cujo disparador cênico seriam os exercícios de respiração, mas isso não ocorreu completamente. Ao longo do projeto, descrevo vivências da oficina e os principais motivos que levaram à não realização do objetivo inicial. Durante esse processo, os participantes anotaram suas percepções sobre as vivências em uma espécie de diário de bordo, que me entregaram ao final da oficina. A partir dessas reflexões e da minha própria perspectiva sobre a prática da oficina, percebi que a respiração é eficaz como disparador cênico da interpretação, mas que isso se relaciona com o tempo do processo e com a consciência corporal do ator. Quanto maior a consciência corporal que um ator tem, isto é, quanto mais ele conhece suas possibilidades corporais, maior a potência que o uso da respiração como disparadora para a criação tem. Desse modo, deduzi que a respiração e a consciência corporal trabalham juntas na criação cênica. Além disso, constatei que a respiração prepara o corpo do ator para as práticas teatrais propostas a seguir, pois auxilia na concentração e no relaxamento do ator. Todas essas reflexões resultaram em um artigo que será enviado para publicação futura.


Palavras-chave


Respiração; Emoções; Criação cênica