A pesquisa teve como objetivo investigar o método coreográfico de Merce Cunningham. Nesse processo descobrimos que o autor não utiliza uma narrativa previa para a elaboração de suas coreografias. Nossa hipótese é de que a dança de Merce Cunningham, mesmo sendo criada pela aleatoriedade consegue desenvolver uma lógica habitual, ou seja, transmitir significados que fazem parte da nossa realidade. Isso só foi possível validar quando, entende-se, que o seu método dá para o espectador o papel de compor junto com a coreográfica.  Para verificar este pensamento analisamos coreografia RAINFOREST (1968). Foi possível constatar que, mesmo sem apresentar movimentos significativos, com enredo ou história sobre a qual a dança se constitui na maioria das vezes. Ainda assim as criações coreográficas de Cunningham materializam uma visualidade que constrói nexos de sentido a partir de suas estratégias de criação que apontam para outras instâncias narrativas, nem sempre perceptíveis, mas capaz de construir uma ação comunicativa passível de recepção