Manguezal é um ecossistema de transição contendo vegetação do tipo arbórea-arbustiva, que se desenvolve em solo pouco consolidado, ácido, com baixo teor de oxigênio e alta concentração de sais marinhos. As espécies que conseguem adaptar-se a essas condições conferem grande importância ecológica nas zonas costeiras, entretanto, as atividades portuárias e a urbanização vêm contribuindo com a sua degradação. Assim, o trabalho teve como objetivo avaliar a estrutura de bosque em dois manguezais de Paranaguá, o primeiro mangue localiza-se entre as coordenadas (25º35’ S e 48º32’ W Gr.), uma unidade de conservação do Parque Estadual do Palmito, e outro antropizado, nas proximidades do Rio da Vila (25º 33’ 12.7’’S e 48º 31’ 54.2’’ W). Entre os mangues estudados a área amostral foi dividida em duas zonas, margem e centro, e subdivididas em 5 subáreas com aproximadamente 400m². Posteriormente, foram determinadas: as espécies presentes, densidade de plantas adultas, mortas e mudas, e o Diâmetro da Altura do Peito (DAP) das plantas adultas, esses dados foram submetidos à análise de variância. Dentre as áreas analisadas o manguezal conservado apresentou uma maior densidade de plantas adultas e mortas, com as respectivas médias de 0.47 e 4.15, e o manguezal impactado com médias de 0,38 para plantas adultas e 0,30 para mudas. Constatou-se a presença das espécies Rizophora mangle L., Avicennia schaueriana Stapt & Leechm. e Laguncularia racemosa L.) C.F.Gaertn, no qual a R. mangle predominou em todas as áreas e subáreas. Entretanto, o manguezal impactado apresentou as maiores médias de DAP, entre 12,9 L. racemosa e 33,1 R. mangle, as menores médias no mangue conservado de 9,6 L. Racemosa e 29,8 R. mangle. Neste contexto, os resultados sugerem que a antropização pouco influenciou na densidade, mas o provável aporte de nutrientes via antropização pode estar promovendo o maior diâmetro nas plantas.