A urbanização é um dos principais processos responsáveis pela alteração de hábitats naturais, resultando na redução da biodiversidade. Por este motivo, áreas verdes urbanas são fundamentais para manutenção de algumas espécies mais resistentes ao processo de urbanização. Neste sentido, as aves são frequentemente utilizadas para entender tais efeitos, uma vez que respondem rapidamente em função das modificações. Neste contexto, o presente estudo objetivou descrever a estrutura da assembleia de aves em três áreas verdes urbanas, localizadas no município de União da Vitória e Porto União, divisa entre Paraná e Santa Catarina.  Tais praças são compostas por árvores esparsas, gramados e áreas de recreação. A metodologia utilizada para o censo das aves foi a contagem direta através de transecções, com esforço amostral proporcional ao tamanho das áreas. Ao total foram registradas 58 espécies dentre as três praças, com maior riqueza acumulada para a Praça Nereu Ramos (n=51), que apesar da menor área e do ambiente bastante homogêneo, possui uma maior abundância de espécies arbóreas exóticas, contribuindo para a ocorrência de espécies no outono e inverno. Segundo o teste ANOVA para dois fatores (estações vs. locais), as estações se diferenciaram em termos de riqueza (F=18,15; gl= 3; P= 0,000), sendo obtida a maior média na estação da primavera, seguida por verão. Tal fato, justifica-se em função de os locais podem prover maior disponibilidade de recursos neste período. Houve variação para a diversidade (H’) em função das estações (F=10,70; gl= 3; P= 0,000).  Contudo, não houve variação da diversidade entre locais (F=0,98; gl= 2; P=0,380). Desta forma, áreas verdes urbanas sustentam parte da avifauna, incluindo espécies presentes na lista da IUCN, como Amazona vinacea (EN), que utilizam recursos frutíferos disponíveis nestes locais. Finalmente, há variação de riqueza entre estações, sugerindo que estas áreas verdes suportam maior biodiversidade no verão, e que a sazonalidade afeta igualmente a biodiversidade nestas áreas.