Fizemos um levantamento empírico acerca do perfil socioeconômico e cultural o alunado do curso de Pedagogia da UNESPAR campus Paranaguá buscando tecer considerações sociológicas sobre o seu desempenho escolar e sua origem social. O universo da pesquisa se concentrou nos alunos ingressantes e concluintes do ano letivo de 2015. A motivação da pesquisa se deveu ao fato de que as faculdades que hoje compõe a UNESPAR passaram por mudanças significativas na sua estrutura interna, administrativa e acadêmica. Diante disso, queríamos respostas sobre quem é esse aluno a fim de estimular reflexões sobre a o conhecimento ofertado pela instituição e a apropriação dele por parte deste estudante. Para tanto, além de levantar as condições socioeconômicas dos estudantes, nos propusemos a identificar as dificuldades pedagógicas e culturais mais frequentes relatadas pelos alunos do curso de Pedagogia no decorrer do curso e que impactam na sua formação, empreendendo uma discussão teórica, relacionando estas condições à sua consequente trajetória acadêmica. Os procedimentos metodológicos caracterizaram-se por levantamento bibliográfico e criação de um formulário aplicado aos estudantes da amostra. Embora não tenhamos conseguido apontar tendências por falta de uma série histórica, conseguimos tirar uma fotografia do momento. Essa fotografia nos mostrou que este estudante é recrutado predominantemente na região onde se localiza a instituição, entre famílias que ganham até quatro salários mínimos, nas quais os pais tiveram uma vida escolar curta. Constatamos que pouco mais de um terço dos estudantes matriculados e frequentes ingressaram via Sisu e que os primeiros anos têm estudantes na idade que normalmente se espera para o período se comparados aos alunos dos quartos anos. Observamos ainda que os motivos que fizeram os estudantes buscarem o ensino superior visando uma certificação qualquer para conseguir trabalho é maior entre os calouros do que entre os veteranos. No mais, contrariando algumas teorias sociológicas da educação clássicas que apontam na “violência simbólica” um dos fatores do insucesso escolar, as respostas dos estudantes para as dificuldades encontradas no transcurso dos estudos relacionam-se mais às condições de permanência na instituição e a obrigação de conciliar vida acadêmica com família e tarefas domésticas.