Última alteração: 2016-12-05
Resumo
O trabalho propôs uma revisão teórica do tratamento tradicional dados aos conectivos indicativas de causa e de explicação cuja origem remonta aos estudos clássicos, greco-romanos. Para tanto, tomou como aparato teórico as considerações de Neves (1997; 1999; 2000), Câmara Jr. (1976; 1997) e Ilari e Basso (2006) que, em conjunto, apresentaram uma orientação funcionalista para o fenômeno. De fato, o percurso histórico realizado, apontou as limitações dessa classificação que, ao prescindir da análise de ocorrências reais da língua associa a noção de causa à subordinação e a de explicação ao processo de coordenação. A análise de um livro didático, por sua vez, comprova também a insuficiência desse tratamento, já que apresenta uma mesma conjunção no primeiro e no segundo grupos. Ora, o que se propõe a partir dos resultados é que a diferença entre “causa” e “explicação” está na relação de sentido que essas conjunções estabelecem, e não na forma de conexão com a oração à qual se relaciona. Para tanto, apresenta-se uma proposta de material didático pautada no uso cujo eixo principal seja o discurso. Assim, parte-se do texto, das relações de sentido nele presentes para que, depois, seja possível identificar os ítens responsáveis por essas relações, sobretudo pelas noções de causa, explicação, justificativa e/ou motivação. Em outras palavras, a análise linguística deixa seu caráter normativo e passa a constituir um instrumento capaz de favorecer, de fato, o desenvolvimento de estratégias de leitura e de escrita.