Iniciação Científica (PIC) e Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (PIBITI), I Encontro Anual de Iniciação Científica da Unespar

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FAUNA INCRUSTANTE ASSOCIADA ÀS BOIAS DE SINALIZAÇÃO NO CANAL DA GALHETA, BAÍA DE PARANAGUÁ, PR
Elliezer de Lima Correia, Rafael Metri

Última alteração: 2015-09-16

Resumo


A bioinvasão é um dos grandes problemas ambientais atualmente e pode acarretar prejuízos econômicos, sociais e principalmente ecológicos, causando perda da biodiversidade e descaracterizando o ambiente invadido. O tráfego de navios é um dos principais vetores de dispersão de organismos de uma região para outra, especialmente aqueles aderidos ao casco do navio, portanto as regiões portuárias são bastante ameaçadas por este fator. O porto de Paranaguá recebe diariamente uma grande frota de navios vindos de várias regiões do mundo e junto com eles os animais com potencial invasor. No canal de acesso ao porto, estão dispostas boias de sinalização marítima que representam um ambiente propício para estes organismos colonizarem, por serem substratos rígidos e estáveis. Em 2011 ocorreu uma troca das boias, fato que possibilitou a coleta do material por pesquisadores da Unespar, campus de Paranaguá. Os animais foram coletados por raspagem do substrato, anestesiados com mentol e preservados em formol, e posteriormente foram triados e identificados com auxílio de lupas e microscópicos. Foram encontrados 35 táxons de animais incrustantes em 72 amostras de 26 boias analisadas. Foi calculada a constância para cada táxon, a similaridade entre a fauna incrustante de cada boia e testada a diferença das assembleias nas boias de três setores da baía de Paranaguá.  Os grupos faunísticos com maior constância nas boias foram Bivalvia (96%) e Cirripedia (89%), seguidas de Bryozoa, Anthozoa, Hydrozoa, Porifera e Ascidiacea. Os bivalves Ostrea ni, e Perna perna, e as cracas Balanus improvisus e Fistulobalanus citerosum foram os animais mais constantes nas amostras (mais de 80%). Dentre os cirripédios, das 9 espécies identificadas, apenas uma é considerada nativa (F. citerosum), 4 são criptogências e 4 espécies são introduzidas no Paraná: Amphibalanus reticulatus, A. amphitrite, Striatubalanus amaryllis e Megabalanus coccopoma. Dentre os bivalves, também se destacam as introduzidas P. perna e Isognomon bicolor. As análises de similaridade demonstram uma espacialização distinta da comunidade entre os setores marinho, polihalino e mesohalino (próximo ao porto de Paranaguá). Pode se considerar que este substrato tem grande potencial para abrigar espécies exóticas e promover sua dispersão, sendo necessários estudos e medidas para evitar uma intensificação dessas espécies.

Palavras-chave


Bioinvasão; Complexo Estuarino de Paranaguá; Bioincrustação

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