Iniciação Científica (PIC) e Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (PIBITI), III ENCONTRO ANUAL DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA UNESPAR

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Qualidade e técnica de curtimento em couros de robalos
ricardo ricardo santos

Última alteração: 2017-10-16

Resumo


No litoral do Paraná, as espécies de robalos Centropomus parallelus-robalo peva e Centropomus undecimalis-robalo flecha são comercializados em peixarias e nos Mercados Municipais de Peixes em Paranaguá, Matinhos, e Guaratuba, podendo ser vendidos inteiros ou filetados. Quando filetados, suas peles são jogadas no lixo ou descartadas no ambiente, causando impactos. O aproveitamento das peles dos peixes marinhos tem sido utilizado na transformação em couro, pelo Projeto Couro de Peixe da UNESPAR campus Paranaguá, com fomento da Fundação Araucária e da SETI/UGF-PR, para a geração de trabalho e renda na produção de artesanatos, bolsas, roupas, acessórios de moda entre outros. O processo de curtimento das peles de peixes consiste nas etapas de: remolho, caleiro, desencalagem, purga, desengraxe, piquel (curtimento propriamente dito), neutralização, recurtimento, tingimento, engraxe, secagem, amaciamento e acabamento, sendo que apenas o processo de curtimento leva cerca de 27 horas para as peles de tilápia e linguados. Os experimentos para desenvolver a técnica apropriada para transformar as peles de robalos em couro, foram conduzidos no Curtume Comunitário de Couros de Peixes no Município de Pontal do Paraná-PR/PROVOPAR e UNESPAR campus Paranaguá. Após vários curtimentos, foram avaliados as quantidades de reagentes curtentes e exposição das peles a determinadas fases do processo. A conclusão para as peles de robalos foi à necessidade da repetição de dois remolhos, e na fase de caleiro este teve que ser acrescido de 3 horas, em fulão com 16 rotações por minuto, além de estas peles precisarem ficar submersas a um banho de 12 horas nesta solução, para abertura adequada das fibras, totalizando um tempo de curtimento de 43 horas. As peles de robalo peva, são diferentes aos do flecha, por apresentarem maior entrelaçamento das fibras colágenas e desenho da pele (flor), principalmente na região caudal o que conferiu em um couro duro, com pouca maleabilidade necessitando de maiores estudos. Os dados de espessura do couro de robalo flecha, de acordo com a ABNT NBR 13525:2016, sugerem que este pode ser utilizado em automotivos, moveleiro e cabedal de moda.

Palavras-chave


Peixe.pele.Reproveitamento

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