O presente artigo procura conhecer de forma mais densa a teoria das classes sociais como um dos aspectos mais cruciais da sociedade capitalista atual, razão pela qual sua baliza norteia a discussão em torno da chamada relação entre centralidade versus não centralidade do trabalho. Tal tema é pertinente ao permear a estruturação e a composição das classes sociais, bem como a articulação e a própria sistematização do capital e do trabalho, além de configuar-se enquanto um dos temas mais instigantes de estudo, o da Teoria das Classes, capaz de contribuir para o vigor da teoria marxista, além de dar visibilidade à Ciência Política de matriz teórico-crítica. Trata-se de uma pesquisa de natureza bibliográfica, entre fontes primárias e secundárias, através de livros, revistas e periódicos científicos, por meio da utilização do método do Materialismo Histórico e Dialético de Karl Marx. Apesar de que o capitalismo para reproduzir-se necessita cristalizar alguns dogmas, negando a todo instante seus contrastes mais intrínsecos, o presente texto procurou recuperar o debate entre Karl Marx (1818-1883) e André Gorz (1927-2007), sendo que tais autores produziram teoricamente análises que contribuem para pensarmos num avanço acerca da problemática e do aprofundamento da luta de classes por meio das classes sociais. Assim, buscou-se enfim evidenciar, em face da ofensiva do capital sobre o trabalho, a inadmissibilidade da suposição de que a categoria trabalho não seja considerada central ou, de acordo com seus críticos, tenha acabado. As recentes tentativas das classes dominantes de aniquilamento dos direitos sociais de um lado; além da manutenção de privilégios e de acúmulo de rendimentos para os setores mais abastados, tanto do capital nacional quanto do internacional, por outro, dão a exata dimensão de que a não problematização acerca da luta de classes implica na desconsideração das conquistas e em direitos duramente adquiridos ao longo dos anos. A luta de classes e sua problematização, a partir da Teoria das Classes, permitem a captação da essência sobre o real embate e da luta política por que estamos passando no país, além de problematizarmos acerca da pobreza, da violência e da não imutabilidade das coisas, considerando-se o desmantelamento de setores e serviços públicos não como algo natural, mas fruto de uma produção social desigual e perversa do capital em suas crises cíclicas e em busca de sua incessante recomposição rentável.