Iniciação Científica (PIC) e Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (PIBITI), III ENCONTRO ANUAL DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA UNESPAR

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FORMAS DE LEGITIMAÇÃO DO ARTISTA VISUAL NA CONTEMPORANEIDADE: ESTUDO EXPLORATÓRIO DAS PERCEPÇÕES DE REPRESENTANTES DA COMUNIDADE ARTÍSTICA DE CURITIBA
Sandra Barbon Lewis, Thais Paulina Gralik

Última alteração: 2017-09-19

Resumo


Esta pesquisa tem por objetivo identificar percepções sobre o processo de legitimação do artista plástico na contemporaneidade pelos próprios artistas, utilizando um micro corpus de profissionais residentes em Curitiba. Num primeiro momento, descreve como o artista é reconhecido como profissional, pois, apesar do avanço das leis trabalhistas nas últimas décadas, ainda não existe legislação específica para essa profissão no Brasil. Devido às instáveis condições de trabalho e de carreira do artista plástico, não apenas em nossa sociedade, mas como uma marca da contemporaneidade, foi realizada uma investigação a fim de analisar algumas opções de legitimação para salvaguardar esses profissionais e possíveis implicações consequentes da falta de uma regulamentação específica – informações essas pouco disponibilizadas aos alunos dos cursos de Artes Visuais. Assim, foi realizada uma pesquisa documental e legislativa, que permitiu definir uma base teórica e levantar algumas questões legais, além de seis entrevistas, realizadas por meio de um questionário escrito. Os entrevistados apresentam idades e níveis variados de experiência na carreira artística, desde iniciantes até com anos de atuação, em sua maioria, na pintura; formação acadêmica ou autônoma; além de declararem não sobreviver apenas de sua produção artística. Para a maioria dos entrevistados, o processo de legitimar a profissão de artista plástico se dá principalmente pela sua participação em concursos de arte, por meio de editais públicos ou privados, e em salões de arte, o que possibilita expor seus trabalhos em locais considerados de “consagração do artista” e, desse modo, apresentam suas obras ao público, e são reconhecidos pela sociedade. As respostas revelam também que todos possuem ateliê, mas nenhum deles tem empresa legalizada na área de Artes (ou seja, não possuem Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica), de modo que, enquanto artistas, permanecem na informalidade. Os dados ainda evidenciam que o artista plástico dá grande importância para a pesquisa individual, mas possui falta de preparo para lidar com assuntos legais relacionados à profissão, habilidade essencial para sobreviver aos desafios do mercado de trabalho, além da falta de legislação que legitime a profissão e que preserve o direito do profissional que atua como artista plástico.

Palavras-chave


Artista Plástico; Profissão; Legitimação.