Recorrendo aos estudos das parcerias de Julio Plaza e Augusto de Campos, esse artigo tem por objetivo relacionar como a forma plástica da palavra pode alterar sua leitura. Alterações estas que se dão da mudança de um posicionamento na página à retirada dela do plano bidimensional, transformando palavras em esculturas. Por meio da análise de poemas concretos de artistas brasileiros, busca-se compreender a forma como exploravam o espaço para intensificar ou alterar seus resultados. A utilização do vazio, da tipologia e do uso das cores como parte integrante da poesia são recursos que estes poetas encontraram para que seu trabalho tivesse um sentido de leitura além do arranjo de palavras, mas também um significado plástico/visual. A modalidade de livros pop-up traz para a espacialidade o que sempre esteve na dimensão plana. Ao aplicar cortes, dobras e colagem realiza-se uma escultura que só existe no momento em que a página é aberta, e se encerra ao fechá-la. Poemóbiles, do artista plástico Julio Plaza e do poeta concreto Augusto de Campos lança mão desta técnica para criar um livro de artista composto por uma série de móbiles de Plaza que dão movimentos e tridimensionalidade aos poemas de Campos. A execução de estudos práticos, com a construção de diversas páginas pop-up foi de fundamental importância para a concretização deste projeto. Por meio da geometria, compreende-se melhor como a “magia” das esculturas geradas dentro dos livros acontece. Para um maior entendimento foram efetuadas cópias de páginas do livro Poemóbiles, tendo também como referência a obra da artista Lygia Pape. Em seguida foram realizadas criações autorais, que resultaram em um livro de artista composto por diversas páginas pop-up alcançadas por meio de técnicas de espacialização.