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EFEITOS ECOTOXICOLÓGICOS DO FENOL EM Astyanax bifasciatus (Teleostei, Characidae)
Última alteração: 2017-08-07
Resumo
Os compostos aromáticos podem apresentar variados afeitos tóxicos para os peixes. Dentre esses compostos, os fenóis estão presentes em efluentes industriais de diversos tipos, como em refinarias de carvão, indústrias de beneficiamento de madeira e produtoras de papel e apresentam caráter lipofílico, o que garante a potencialidade em causar danos celulares. Assim, o presente estudo teve como objetivo analisar os possíveis efeitos ecotoxicológicos do fenol no peixe Astyanax bifasciatus. Foram realizados dois bioensaios agudos, e a espécie bioindicadora foi exposta às seguintes concentrações do composto: 3µg/L, 10µg/L, 30µg/L, 60µg/L e 110µg/L, sendo o grupo controle sem exposição ao fenol. Após, foi feita análise dos eritrócitos para a verificação de formação de anormalidades nucleares bem como foram calculados os índices gonadossomático e hepatossomático a fim de verificar se há prejuízo no padrão de saúde da espécie. Nas análises de micronúcleos em lambaris, foram observadas alterações morfológicas nucleares e que somadas ao micronúcleo, não apresentaram diferença entre o grupo controle em relação aos grupos expostos, sendo no bioensaio 1 entre controle e 3µg/L (ANOVA) (F=0,1939; df=1 p=0,671), entre controle e 10µg/L (F=12,19; df=1 p=0,08), entre controle e 30µg/L (F=2,703; df=1 p=0,138), entre controle e 60µg/L (F=1,282; df=1 p=0,29) e entre controle e 110µg/L (F=0,163; df=1 p=0,696) e no bioensaio 2, entre controle e 3µg/L (F=1,667; df=1 p=0,232), entre controle e 10µg/L (F=0,653; df=1 p=0,3), entre controle e 30µg/L (F=0,347; df=1 p=0,571), entre controle e 60µg/L (F=0,21; df=1 p=0,658) e entre controle e 110µg/L (F=0,444; df=1 p=0,5237). Nestes bioensaios, o teste do Micronúcleo Písceo e as alterações morfológicas nucleares encontradas não foram conclusivos para uma resposta sobre os efeitos do fenol nesta espécie. Para o índice gonadossomático, foi verificado que no bioensaio 1 o grupo de 1mg/L apresentou a maior média (0,14 ±0,07) e no bioensaio 2, o grupo controle apresentou a maior média (0,053 ±0,054), mas o composto não influenciou significativamente quando analisado o grupo controle com os grupos experimentais (F=2,43; df=1 p=0,1498). Para o índice hepatossomático, foi verificado que no bioensaio 1 o grupo de 0,03 mg/L apresentou a maior média (0,025 ±0,01) e no bioensaio 2, o grupo controle apresentou a maior média (0,006 ±0,005), mas não sofreu influência significativa quando analisado o grupo controle com os experimentais (F=9,69; df=1 p=0,069). Embora os efeitos do fenol sobre a espécie não tenham sido destacados neste trabalho, preocupações sobre os efeitos negativos para a saúde dos organismos aquáticos ainda permanecem, pois se trata de um composto químico que está presente em todos os tipos de resíduos e que pode se bioacumular.
Palavras-chave
Poluição; Fenol; Toxicidade.