Iniciação Científica (PIC) e Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (PIBITI), III ENCONTRO ANUAL DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA UNESPAR

Tamanho da fonte: 
Aspectos ecológicos de Neritina virginea Linnaeus, 1758 em fundos vegetados no setor euhalino da Baía de Paranaguá
Jéssica Cristine Mello

Última alteração: 2017-07-30

Resumo


N. virginea são gastrópodes comumente encontrados sobre os substratos inconsolidados que margeiam o complexo estuarino Baía de Paranaguá (CEP), litoral paranaense. O estudo avaliou a composição etária, a densidade populacional e a relação entre a presença do gastrópode e a vegetação de Spartina alterniflora no setor euhalino do CEP. As coletas foram realizadas no período entre março/2015 a janeiro/2016 (bimestralmente) sobre num trecho de planície de maré (25°30'59"S-48°31'22"W) com o auxílio de um  delimitador de 250cm² lançado em replicata (n=5). As amostras foram fixadas em formalina 10% e em laboratório os animais foram contabilizados e mensurados quanto ao comprimento da concha (C). As frações aéreas e o sistema radicular da gramínea foram secos e pesados (precisão 0,0001g). A distribuição da frequência de C foi determinada por intervalos de classes (Regra de Sturges). A densidade (número de indivíduos/m2) e o peso total da gramínea foram avaliadas por ANOVA unifatorial (p<0,05) e teste a posteriori (Tukey). Correlações entre densidade e biomassa vegetal foram estimadas por regressão simples. Um total de 249 indivíduos foram registrados: 2,4mm<C<12,6 mm (média=7,9; DP=1,3). A maior parte da população de N. virginea apresentou valores de C entre 7,4 e 9,9 mm (> 70%). Os indivíduos jovens (2<C<4mm) representaram 2 a 4% da população preferencialmente entre março a julho. A biomassa vegetal variou significativamente de 29,2 (janeiro) a 712,1g/m2 (julho)  (F=4,8; p<0,05). Não foram registradas diferenças sazonais na densidade do gastrópode nem constatadas correlações diferenças significativas com a biomassa vegetal (r2= 0,33 p>0,05) embora ambas tenham apresentando menores expressões no verão. Os resultados reforçam a idéia sobre a ampla preferência de habitats e variação espaço-temporal das populações de N. virginea tanto no estuário paranaense quanto em demais habitats ocupados pela espécie na costa brasileira.