Iniciação Científica (PIC) e Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (PIBITI), III ENCONTRO ANUAL DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA UNESPAR

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MÁGICA NO BRASIL: O FANTÁSTICO NO TEATRO MUSICADO BRASILEIRO NO SÉCULO XIX
Talissa Cubas

Última alteração: 2017-08-11

Resumo


Este trabalho apresenta os resultados de uma pesquisa que reúne informações recentes sobre a mágica, um gênero de teatro musical popular no Brasil Império e Primeira República, mas que ficou por muito tempo esquecido da academia. Buscamos com esta pesquisa relatar a história da mágica no Brasil, destacar suas principais características, assim como o papel da música nos espetáculos e a contribuição cultural do gênero. Os resultados foram obtidos por meio de uma pesquisa bibliográfica, na qual foram consultados artigos, dissertações, teses e livros sobre o tema. Durante o século XIX o teatro musicado foi um importante meio de produção e divulgação musical no Brasil, oferecendo oportunidades de trabalho para compositores, instrumentistas, cantores e regentes nesse período. Esse espaço possibilitou que muitos destes ganhassem notoriedade e também que se popularizassem novos estilos assimilados pela música brasileira, tanto erudita como popular. As mágicas eram espetáculos fantásticos, com maquinaria sofisticada, libretos escritos por autores renomados e música composta por compositores conceituados, tendo se destacado no Brasil Henrique Alves de Mesquita, Francisca Gonzaga, Abdon Milanez, Cardoso de Menezes, Costa Júnior, Joaquim Antônio Barrozo Netto, Arthur Napoleão dos Santos e Cavalier Darbilly. Segundo Vanda Freire, a mágica surgiu no Brasil e em Portugal no fim do século XVIII, e teve grande popularidade no Rio de Janeiro. Entre os elementos que davam característica fantástica ao gênero estavam as criaturas sobrenaturais, cenários exuberantes, efeitos especiais e transformações. Seus temas eram constituídos pelo amor e pela intriga, mas também pelas críticas sociais - retratando frequentemente os valores da época - e diversas tramoias. Mesclava diálogos falados com cantados, além de apresentar números somente instrumentais. Por meio da mágica havia uma circularidade e assimilação de ritmos brasileiros em vários espaços sociais. A mágica absorvia gêneros musicais urbanos, como o tango, o maxixe, entre outros, e segundo Antônio Augusto a mágica teria sido um dos primeiros gêneros dramático-musicais a levar para os palcos brasileiros os “sons das ruas”. Pudemos perceber que, apesar do preconceito sofrido pelo teatro ligeiro por parte da elite intelectual do Rio de Janeiro, a mágica teve, de fato, grande contribuição para a formação da cultura urbana brasileira.


Palavras-chave


Teatro musicado; mágica; música popular