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Paranaguá enfrentou a maior epidemia de dengue da história da cidade em 2016. Aedes aegypti é um mosquito vetor dessa doença e o seu ciclo de vida depende de água parada, geralmente em locais com acúmulo de lixo. A presente pesquisa teve como objetivo avaliar manguezais urbanos como uma das fontes da epidemia no município. As coletas foram realizadas mensalmente em dois manguezais em Paranaguá, um no bairro Ponta do Caju e outro no bairro do Rocio, ambos locais com alta incidência da doença entre os moradores. Foram realizadas as seguintes aferições abióticas: Temperatura ambiente, temperatura da água, Salinidade, Oxigênio dissolvido, pH e condutividade. Dois pesquisadores realizaram uma caminhada de uma hora em cada manguezal quantificando o lixo e procurando recipientes com potencial de acumular larvas do mosquito. Os recipientes com potencial acumulador de água foram classificados em: latas, garrafas, recipientes de plástico, peças de carro e recipientes naturais. A água contida no recipiente considerado com potencial acumulador era despejada em uma bandeja. A temperatura ambiente variou de 22.3 a 39.30°C (Média= 26,73°C ±4,18 Desvio padrão) e a da água variou de 20,20 a 29,6°C  (M= 23,44°C ± 2,55DP). Com exceção das temperaturas, as variáveis ambientais apresentaram maiores valores médios na Rocio (M_ph= 7,90±0,40DP; M_cond= 33,89^W*m-1±2,20; M_salinidade=22,0±1,64; M_{O2 dissolvido}= 29,21^g*l-1±15,54), do que na Ponta do Caju (M_ph= 7,53±0,26DP; M_cond= 15,10^W*m-1±2,33; M_salinidade=9,19±2,39; M_{O2 dissolvido}= 8,74^mg*l-1±6,75). Foi possível perceber uma grande quantidade de lixo acumulado tanto em um local quanto em outro. Itens de grande tamanho como geladeiras, cadeiras e banheiras foram encontrados consecutivamente no mesmo local durante todos os meses de coleta, entre os itens encontrados prevaleceram às sacolas e garrafas plásticas, evidenciando a ausência de limpeza. Apesar das coletas serem realizadas mensalmente e do elevado acúmulo de lixo encontrado nos locais, não foram coletadas larvas do mosquito. Ao mesmo tempo, o município passou por um período de diminuição da epidemia, fator atribuídos à condições ambientais desfavoráveis (diminuição da precipitação e da temperatura). O presente trabalho demonstra a importância da continuidade do monitoramento e da limpeza dessas áreas para remoção desses grandes objetos.

Mosquito. Lixo. Aedes aegypti