Iniciação Científica (PIC) e Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (PIBITI), III ENCONTRO ANUAL DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA UNESPAR

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FORMAÇÃO DE PROFISSIONAIS DE SAÚDE PARA COMUNICAÇÃO COM DEFICIENTES AUDITIVOS
Luiz Gonzalez Conelheiro

Última alteração: 2017-08-01

Resumo


De acordo com o Censo de 2010, vivem no Brasil 2,1 milhões de pessoas com deficiência auditiva severa pouco mais de 1% da população (IBGE, 2010).  O IBGE (2010)  destaca ainda,  que as pessoas com algum tipo de deficiência estão em  posição desigual quanto às questões de trabalho, 22,5% da população com deficiência trabalha sem carteira assinada e 27,4% dos deficientes trabalham por conta própria. Além deste outro aspecto, muito importante chama a atenção, 61,1% das pessoas com algum tipo de deficiência tem o ensino fundamental incompleto (IBGE, 2010). Entende-se que o processo de comunicação acontece sempre entre duas pessoas e para isto é  necessário que os integrantes da conversa entendam os códigos e palavras utilizados pelo outro. Neste aspecto observa-se que nos serviços de saúde esta dificuldade causa problemas expressivos no atendimento aos deficientes auditivos (JAKOBSON, 2014; TRECOSSI; ORTIGARA, 2013). Sabe-se que língua brasileira de sinais é a melhor forma de comunicação com os surdos, sendo  um item curricular indispensável nos cursos de  graduação, mas tem-se que a legislação vigente coloca a LIBRAS como disciplina obrigatório somente para alguns cursos, e para a  maioria dos cursos da área da saúde esta disciplina  poderá constituir elemento curricular facultativo(BRASIL,2005; OLIVEIRA,et al, 2012). OBJETIVO: Identificar, na percepção dos acadêmicos, como acontece sua formação para o atendimento aos surdos. MÉTODO: Pesquisa descritiva exploratória com abordagem quantitativa, por meio de entrevistas  com acadêmicos matriculados no ultimo ano dos cursos da área da saúde de uma universidade estadual do interior do Paraná. Utilizou-se um questionário com dados sócios demográficos e dados da formação para o atendimento aos surdos Os dados foram armazenados na Planilha do Excel e analisados pelo Programa SPSS e apresentados por meio de médias e porcentagens. Foi aprovado no Comitê de Ética sob o parecer nº 1.878.606. RESULTADOS: Participaram da pesquisa 42 acadêmicos da área da saúde, averiguou-se que 52% durante os estágios e aulas práticas não atenderam pacientes com deficiência auditiva, 86% acredita não estar preparado para atender pessoas com deficiência auditiva, 77% apesar de terem tido a disciplina de LIBRAS nos seus cursos, afirmaram não se acharem capacitados a atender o surdo pelas dificuldades de compreensão durante a comunicação. CONCLUSÃO: Conclui-se que os formandos sentem-se despreparados e acreditam não ser capacitados a suprir  as necessidades dos surdos no atendimento as suas necessidades. Nota-se que a graduação na área da saúde não está sendo suficiente para a atenção aos surdos de uma forma integral, necessita-se que os profissionais tenham consciência da importância da formação contínua para aprimorar-se e qualificar-se para este atendimento.


Palavras-chave


Surdos. Profissional da saúde. Formação continua.