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Nos últimos 40 anos as discussões sobre o que é alfabetização e como alfabetizar se intensificaram no cenário educacional brasileiro e também mundial, sobretudo, após a constatação de que a apropriação da escrita, por si só, não é habilidade suficiente para quem vive um uma sociedade letrata. Dessa forma, e com a contribuição de autores como Emília Ferreiro (1991), Ana Teberosky (1990), Paulo Freire (2003), Mary Kato (1994) e Magda Soares (2017), houve o reconhecimento da necessidade de que esse processo de alfabetização ocorresse em conjunto com o letramento, de modo a oportunizar às pessoas o contato com as diversas práticas sociais de leitura e escrita. Nesse contexto, esse trabalho buscou analisar como se dá o processo de ensino-aprendizagem da alfabetização e do letramento no município de Paranaguá, a fim de discutir quais as concepções das professoras alfabetizadoras sobre a leitura e escrita iniciais e a compreensão e repercussão dessas concepções nas suas práticas diárias. Para tanto, apoiou-se no estudo bibliográfico, na pesquisa etnográfica, e em entrevistas semiestruturadas com docentes que atuam na rede pública de ensino. Tivemos como aporte teórico para o desenvolvimento dessa pesquisa os autores já citados, bem como Marli André (2015). O estudo demonstrou que, embora muitas professoras saibam diferenciar alfabetização de letramento, as concepções apresentadas por elas sobre leitura e escrita estão, em sua maioria, distanciadas das práticas de sociais, isto é, descontextualizadas da realidade dos alunos, corroborando para uma educação sem significado e desinteressante para eles. Portanto, por mais que a teoria se empenhe em comprovar a importância do letramento, a prática pedagógica dos professores se rende a concepções tradicionais que reforçam as desigualdades e afasta a escola de sua função de transformação social.

Alfabetização; Letramento; Prática pedagógica.