Última alteração: 2017-08-11
Resumo
A obra Após o fim da arte: a arte contemporânea e os limites da história do professor e filósofo Artur Danto (1924-2013) apresenta considerações sobre a história da arte e a relação com as narrativas que acabaram por defini-la. Diante das controvérsias, aceitações ou refutações de seguimentos de seu pensamento, o debate que surge ao longo do livro amplia a percepção de questões que anteriormente estavam envoltas em um senso comum, compreendendo a história da arte como algo que se evidencia na própria trama e encadeamento dos próprios feitos artísticos, com o surgimento de um movimento ou estilo após o outro, distinguindo-se em determinados períodos históricos para serem substituídos por outros. A proposta mais polêmica do autor, tratada em artigo anterior à obra, apresenta o tema do fim da arte como o fim de um processo narrativo. A expressão fim da arte foi para o autor algo que se mostrou incendiária ao significar o fim das narrativas mestras da arte, tanto históricas como modernistas. O que o livro Após o fim da arte pretende é responder e esclarecer alguns pontos que ficaram pouco nítidos. O objetivo deste trabalho é perceber de que forma o filósofo trata das questões sobre a narratividade na história da arte bem como a maneira com que se apoia no historicismo para justificar e defender seus argumentos. Por meio de uma abordagem qualitativa de natureza básica e bibliográfica, busca-se explicitar suas premissas dialogando com as proposições de Paul Ricoeur sobre a narratividade e o tempo. O aspecto mais evidente desse cruzamento de informações é o diálogo que ambos os filósofos tratam na defesa da narrativa e historicismo como forma de abordagem, mesmo que parcial, da história da arte. Um dos resultados da pesquisa foi a compreensão da narrativa como instrumento capaz de alterar a forma de abordagem das obras de arte nos diferentes contextos em que são analisadas, bem como o entendimento da história da arte como uma história da narrativa.