Última alteração: 2017-07-31
Resumo
O número de idosos praticantes de programas de treinamento com pesos (TP) tem aumentado cada vez mais, principalmente devido às positivas modificações que este tipo de exercício físico proporciona aos diferentes componentes da composição corporal, principalmente, aumentos na massa livre de gordura (MLG). Por existirem diferentes métodos para a avaliação da MLG em idosos, muitas vezes a comparação entre os achados dos estudos se torna inviável. Estudos anteriores procuraram confrontar esses métodos de forma transversal, contudo poucas informações estão disponíveis sobre a concordância que os diferentes métodos possuem para detectar as modificações na MLG advindas do TP. Nesse sentido, o objetivo deste estudo foi analisar a concordância entre a bioimpedância elétrica (BIA) e a absortometria radiológica de dupla energia (DEXA) na determinação das modificações na MLG de idosas após 12 semanas de execução de um programa de TP. A amostra foi composta por 43 mulheres idosas (65,2 ± 4,6 anos, 60,1 ± 9,1 kg, 156,5 ± 6,2 cm, 24,5 ± 3,3 kg/m²), as quais participaram de um programa de TP (12 semanas, 3 vezes por semana, 2 séries de 10-15 repetições, 8 exercícios). Medidas de BIA e DEXA foram realizadas antes e após o programa de treinamento seguindo procedimentos usuais na literatura e as orientações dos fabricantes. O teste t de Student para amostras independentes foi utilizado para a comparação entre as diferenças detectadas pelos dois métodos. Análise de Bland-Altman foi utilizada para verificar a concordância entre as mudanças detectadas na MLG. Todas as análises foram realizadas no programa SPSS 17.0, adotando P < 0,05. . Observamos que a DEXA detectou aumentos significantes na MLG (0,65 ± 0,82 kg, P > 0,05) após o programa de TP, ao passo que a BIA não encontrou modificações significantes após intervenção (0,12 ± 2,02 kg, P > 0,05). Apesar de baixo viés, os limites de concordância entre os dois métodos apresentaram grande amplitude (0,15 – 12,36 kg). Concluímos que os métodos testados não apresentam boa concordância para detecção de mudanças na MLG advindas do TP. Dessa forma, além de recomendar o uso da DEXA em estudos desta natureza, destacamos que a ausência de alterações na MLG provenientes de estudos que adotaram a BIA pode apenas indicar a falta de acurácia do método.