Última alteração: 2017-07-28
Resumo
Contexto. De acordo com os últimos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população idosa vai triplicar no Brasil, passando de 19,6 milhões (10% do total), em 2010, para 66,5 milhões de pessoas em 2050 (29,3%). As implicações sociais concernentes ao envelhecimento da populacional no âmbito da saúde pública são preocupantes, pois, ao contrário dos países desenvolvidos, onde o aumento da expectativa de vida foi gradual e aliado a um maior desenvolvimento tecnológico e científico, possibilitando proporcionar maior qualidade de vida e saúde a essa parcela da população, nos países em desenvolvimento esta transição foi mais abrupta, indicando menor preparo para receber essa população. Em decorrência dessas mudanças observadas na transição demográfica nas últimas décadas, diversos conflitos se estabelecem, sejam de ordem familiar, econômica, política, previdenciária, social, ou de saúde. Objetivo: Este estudo teve como objetivo descrever os fatores de riscos associados a idosos vítimas de violência e maus-tratos na área de abrangência da 14ª Regional de Saúde do Estado do Paraná. Metodologia: Tratar-se de um estudo descritivo, transversal e retrospectivo, com abordagem epidemiológica, realizado com dados obtidos através do Departamento de Informática do SUS (DATASUS). Resultados: Este estudo perfez um total de 25 idosos vítimas de violência, a análise dos dados denotou que o padrão do idoso, vítima de violência, compreendeu principalmente homens (15 casos, 60%), da cor branca (16 casos, 64%). O tipo de violência mais frequente foi a física (24 casos, 96%), a residência aparece como sendo o local em que mais ocorre maus-tratos contra o idoso (14 casos, 56%), amigos/conhecidos do idoso ou da família aparecem com os principais agressores (7casos, 28%). Dos 25 casos notificados no período, 5 evoluíram para óbito, sendo que destes, teve como predominância a morte de idosos do sexo masculino (4 óbitos). Conclusão: É imprescindível o debate de novas estratégias de promoção e proteção a esta parcela da população, envolvendo a assistência organizada, por meio de uma rede de atenção multidisciplinar e intersetorial. No âmbito clínico, profissionais de saúde que oferecem cuidado continuado a esses indivíduos podem subsidiar uma fonte de dados sobre detecção de sinais de maus-tratos, além de permitirem a avaliação quali-quantitativa da notificação de violência.