Última alteração: 2017-08-07
Resumo
O presente artigo busca analisar os argumentos que levaram Platão a sentenciar a expulsão dos poetas na República, sob a ótica dos livros III e X. Ao fazer isso, o filósofo se declara contrário às bases educacionais da Paideia grega, que era a poesia, rejeitando-a e declarando-a como inadequada para a formação do homem, tanto por seu caráter ético/político, quanto epistemológico/metafísico. Deste modo, Platão confirma o poder de transformação da arte, e vem a formar sua teoria com base em uma reforma da educação grega, colocando o filósofo não só como o grande governante da República, mas como o educador ideal de toda a Grécia, e como único capaz de conduzir o homem as ideias de Bem e da Verdade. Para o entendimento do poder de formação da arte na visão platônica o artigo se pautou em uma metodologia teórica de pesquisa, analisando a teoria de renomados comentadores do período grego antigo, como Werner Jaeger, Giovanni Reale, Marilena Chauí, entre outros filósofos e estudiosos de Platão. Após a análise e estudo de livros e artigos a luz do diálogo A República, constatou-se não só que Platão acreditava na arte como uma ferramenta perigosa para a formação do homem, como pelos argumentos platônicos apresentados a mesma continua sendo até os dias de hoje uma forte influência na educação humana. A pesquisa mostrou que esta grande preocupação platônica em relação à arte iniciou um novo debate no campo filosófico, acerca do poder da mesma e de sua influência na formação do conhecimento e nas ações humanas. Desta forma, conclui-se que a arte não só tem influência na formação do homem, como pode ser usada tanto para seu aprisionamento intelectual, quanto para a sua libertação, e por assim ser, a filosofia continua sendo até os dias de hoje um meio de questionar a que, ou a quem, a arte se serve.