Última alteração: 2017-07-28
Resumo
Este projeto teve por finalidade mapear e sistematizar os documentos acerca das políticas educacionais sobre a diversidade cultural, produzidos e divulgados pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), especialmente no período compreendido após os anos 1990, momento em que o capitalismo mundial passa por uma crise estrutural e consequentemente o agravamento da pobreza, especialmente em países periféricos. Para tanto, recorremos ao acervo disponível no site da UNESCO (Brasil), assim como a revisão bibliográfica de obras que tratam do tema. Em seguida, procedeu-se a análise com vistas ao entendimento do processo de desenvolvimento das políticas educacionais sobre a diversidade cultural, especialmente nos países da América Latina. Como órgão ligado a ONU, a UNESCO é responsável, pela organização de conferências internacionais e regionais que discutem sobre a educação, nas quais são elaboradas diretrizes que devem ser aplicadas pelos seus países integrantes, assim veremos a construção de um novo modelo educacional a ser seguido, mediante o ajustamento ao cenário mundial. Os dados analisados demonstram que a produção dos documentos produzidos pela UNESCO, estão inseridos num contexto e num momento histórico de referência, por isso a necessidade de conhecer o cenário político e econômico que dão base a elaboração dos mesmos. A partir dos anos 1990, muitos países, em especial da América Latina realizaram reformas em suas políticas sociais, dentre as quais as educacionais, o que passa a refletir em recomendações desde metodologia de ensino à formação docente, sob a orientação das agências internacionais, este processo de “remodelamento” educacional se dá pelo viés de que à educação é condição necessária e estratégica para a redução das desigualdades sociais e da pobreza cada vez mais latentes. Documentos divulgados internacionalmente, como a Declaração de Princípios sobre a Tolerância (UNESCO, 1995); Relatório Delors (UNESCO, 1996), ficam encarregados de disseminar práticas de tolerância, visando à construção da “cultura da paz”, assim a UNESCO e seus países signatários procuraram defender um modelo educacional que transfere para a esfera educacional e cultural a razão e solução dos conflitos dos povos, sem abordar a questão econômica.