Tamanho da fonte: 

Percebemos que o desenho possibilita, até certo ponto, fazer inferências sobre a realidade que cerca os sujeitos. É por meio do desenho que se representa objetos considerando o que temos ou conhecemos sobre o mesmo. Do mesmo modo sabemos que o ser professor está intimamente ligado às imagens sociais e as imagens que os próprios docentes possuem sobre a profissão. Nesse aspecto nosso trabalho se justifica na medida em que pretendemos refletirmos sobre a importância das relações que envolvem o ser professor e as concepções que as crianças possuem sobre o tema. Nosso interesse pela temática surgiu, levando em conta que é possível, por intermédio do desenho, analisar possíveis concepções a respeito de como pensam as crianças a respeito de seus professores. O objetivo foi investigar sob a perspectiva da epistemologia genética de Jean Piaget, o desenho infantil e analisar as concepções das crianças acerca do ser professor. Realizamos uma pesquisa empírica que obedeceu aos padrões de uma pesquisa qualitativa, apesar de apresentar também dados quantitativos, participaram da pesquisa 25 crianças do interior do Paraná, com idades variando de 6 a 10 anos, aplicamos entrevistas semi-estruturadas, com a execução de desenhos acerca do tema ”ser professor”. O estudo obedeceu aos critérios propostos pelo método clínico piagetiano. Foi possível concluir que as crianças constroem, como no caso dos próprios professores, uma concepção do ser professor com base nas imagens construídas socialmente. De acordo com as crianças entrevistadas o professor deve estudar bastante para exercer sua profissão e as imagens que predominaram foram a do professor paciente, professor carinhoso, professor alegre, entre outros “modelos” de professores.

Desenho infantil. Identidade docente. Teoria Piagetiana.