Última alteração: 2017-07-28
Resumo
RESUMO
Segundo censo realizado em 2010 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, cerca de 9,7 milhões de brasileiros possui deficiência auditiva (DA) (IBGE, 2010). Apesar de existirem leis que buscam garantir o direito da pessoa com surdez, há uma dificuldade visível por parte dos deficientes auditivos para se integrar a sociedade e ter acesso aos serviços de saúde (OLIVEIRA et al., 2012;SILVA; FARIA 2014). O diagnóstico e tratamento do paciente com surdez pode ser prejudicado pela falta de intérprete e pela dificuldade dos profissionais de utilizar a comunicação não verbal, podendo colocar em risco a assistência oferecida (CASTRO; PAIVA; CESAR, 2012; SILVA; FARIA, 2014). Neste aspecto, este estudo tem como objetivo analisar a percepção dos surdos sobre como ocorre o processo de comunicação com os profissionais de saúde. Pesquisa descritiva com abordagem qualitativa. A pesquisa foi desenvolvida nos territórios das unidades de saúde que foi identificado portadores de DA, de um município da região noroeste do estado do Paraná. Foi aplicado um questionário com perguntas objetivas e subjetivas elaborado pela autora, com o auxilio de uma interprete. Projeto aprovado pelo comitê de ética parecer numero 1.878.606. Referente à escolaridade, dentre os 19 entrevistados seis (31,57%) não tinham ensino fundamental completo. De todos os entrevistados 78,95% costuma usar o serviço de saúde acompanhado de amigos, pelos pais e/ou familiares. Quando questionados sobre como os profissionais se comunicavam no momento do atendimento, 63,16% disseram que era por meio de linguagem verbal, associada a recursos como mímicas, escrita e desenhos e, outros 36,84% relataram não haver comunicação. As falas dos indivíduos demonstram insatisfação no que diz respeito à falta de interprete ou profissional capacitado e como também à pela perca da autonomia ocasionada pela situação. Conclui-se que, na percepção dos surdos, há falhas no processo de comunicação entre os mesmos e os profissionais de saúde. As barreiras linguísticas existem e prejudicam a assistência oferecida ao deficiente auditivo, que o torna dependente de ouvintes para compreender e ser compreendido durante o atendimento em saúde. Desta forma, é necessário pensar em um processo de educação permanente, com a finalidade de reduzir as barreiras de comunicação e para que a atenção à saúde desses indivíduos aconteça de forma integral.