Iniciação Científica (PIC) e Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (PIBITI), III ENCONTRO ANUAL DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA UNESPAR

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O CINEMA DE LEON HIRSZMAN E AS GREVES DO ABC
Lucas Mazza

Última alteração: 2017-08-05

Resumo


A obra de Leon Hirszman é marcada pelo engajamento político. Isso não apenas pela temática de seus filmes ou pelo contexto em que foram realizados, mas pela reflexão sobre o próprio fazer e pensar o cinema brasileiro, traço fundamental de seu projeto cinematográfico. Durante três décadas de ininterrupta atividade, o cineasta construiu uma obra formada por  vinte filmes, entre longas e curtas, adaptações literárias e documentários - e uma parte considerável dessa obra é dedicada ao registro e a reflexão sobre o mundo do trabalho. Em seu primeiro curta, Pedreira de São Diogo(1962) - filme que integra o longa coletivo Cinco Vezes Favela - tal tema já se faz presente, bem como na trilogia Cantos do Trabalho, que registra a tradição dos cantos em três cidades do Nordeste brasileiro. Contudo, o foco desse trabalho será acerca de dois filmes realizados por Hirszman entre o final da década de 1970 e o início de 1980: Eles não usam black-tie (1981) e ABC da Greve (1979/1990). Dois filmes que, cada qual a seu modo, abordam as greves dos metalúrgicos no ABC Paulista que ocorreram entre 1978 e 1981. Com base na análise dos filmes, será buscado um diálogo com outras obras que abordam o mesmo período histórico, como Greve (1979) de João Batista de Andrade e Braços Cruzados, Máquinas Paradas (1979) de Roberto Gervitz e Sergio Toledo. O presente estudo também terá como cerne - além dos próprios filmes, evidentemente - os pensamentos e ideias de Leon Hirszman expressos em entrevistas e depoimentos, tendo como princípios alguns pressupostos defendidos pela Teoria dos Cineastas.