Iniciação Científica (PIC) e Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (PIBITI), II Encontro Anual de Iniciação Científica da Unespar

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“ONDE A MINHA LÂMINA CORTANTE”: POESIA E METAPOESIA EM ANA CRISTINA CESAR
Ana Carla da Silva Lima, Sandro Adriano da Silva

Última alteração: 2016-09-26

Resumo


No limite, todo poema volta-se sobre e para si mesmo. Conquanto, uma das marcas da lírica moderna é a metapoesia, como uma maneira de autodefinição, crítica de sua essência e de seu alcance; indagações, portanto, que surgem a respeito do fazer poético, como exercício de linguagem que redunda em concepções de poesia, de crítica e, por extensão, de literatura, que formam a visão do poeta em foco. Dentre tantos temas, a poetisa carioca, Ana Cristina Cesar, lida em sua poesia com o tema alteridade, a morte, o amor, a memória, o silêncio, e, como herdeira da tradição moderna, reflete também sobre a própria poesia. Tais temas já se consolidaram em sua fortuna crítica. O traço metapoético de Ana C., entretanto, embora manifesto, ainda se constitui uma questão aberta na sua fortuna crítica. O objetivo desta pesquisa foi identificar, analisar e interpretar a recorrência da temática metapoética no livro Cenas de Abril (1979), assim como os recursos poéticos empregados. O procedimento metodológico foi a leitura da teoria da poesia, como Paz (2013), Friedrich (1978), Hamburger (2013), bem como da fortuna crítica já existente sobre a obra da poeta em foco, Malufe (2010), Sussekind (1995), e Souza (2010). A partir disso elaboramos as análises interpretativas dos metapoemas, o que desencadeou para reflexões e conexões dos escritos de Ana C., com ecos da lírica moderna. Concomitante às análises, empregam-se também nas conclusões, as considerações da autora enquanto crítica literária, que constituem o livro Crítica & Tradução (1999). Os resultados obtidos colocam a lírica de Ana Cristina Cesar enquanto marginal de sua época pelo trabalho “estetizante” com a linguagem, e correspondente da lírica moderna por aspectos como a obscuridade intencional, fragmentação, todos elencados por Friedrich (1978), além da elaboração do jogo com a intimidade em relação ao leitor, e da concepção de que a literatura consiste na construção de um universo próprio e autossuficiente. 


Palavras-chave


Ana Cristina Cesar. Metapoesia. Literatura Brasileira Contemporânea.

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