Última alteração: 2016-09-20
Resumo
Nosso objetivo é refletir acerca do papel feminino na gênese dos jogos olímpicos. A investigação é desenvolvida pelo olhar da História da Educação e da Educação Física, os pressupostos teóricos são provenientes da História Social, a qual nos permite dialogar com várias áreas do conhecimento problematizando os acontecimentos históricos. Nossas reflexões são direcionadas pelas inquietações acerca das dificuldades impostas às mulheres na área esportiva, as quais podem ser observadas desde a gênese dos jogos olímpicos. Entendemos que por meio dessa investigação, podemos refletir sobre o papel social feminino e o processo de educação/formação das mulheres, de forma geral, por meio do olhar histórico ao esporte grego. Por meio dos estudos desenvolvidos, pudemos verificar que a condição social da mulher grega se diferia de modo largo em relação aos direitos concedidos aos homens, elas não eram consideradas cidadãs e, por isso ocupavam uma posição inferior na sociedade. No que se refere a filosofia de vida da mulher ateniense, essa desigualdade contribuía para que o aprendizado feminino ficasse restrito as atividades domésticas e manuais. Diferente das atenienses, a mulher espartana era encorajada ao exercício, visto que, os espartanos acreditavam que praticando atividades físicas elas teriam um melhor condicionamento, gerando filhos mais sadios e vigorosos. Porém, contrapondo essa ideia de que a prática de exercícios tinha apenas caráter eugênico (gerar filhos saudáveis), as mulheres espartanas começaram a desenvolver habilidades esportivas, demonstrando assim que a restrição feminina aos jogos não era uma questão de incapacidade física, mas sim do seu papel político na sociedade.