Iniciação Científica (PIC) e Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (PIBITI), II Encontro Anual de Iniciação Científica da Unespar

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O CAMINHAR DE UM PALHAÇO
Bianca Pereira Lima

Última alteração: 2016-08-11

Resumo


O palhaço, como abordado na presenta pesquisa, pretende-se em um lugar livre de julgamentos, tanto os de si mesmo quanto dos outros e, portanto, tem seus modos de existência mais 'puros' e mais ligados ao que poderia ser entendido como 'essência' (em KASPER). O projeto tinha por objetivo a construção do palhaço pessoal da pesquisadora (intitulado como Melanina no decorrer do processo). Para que este objetivo fosse alcançado, partiu-se de Saídas de Rua com a personagem em construção bem como jogos de triangulação, improviso e práticas que enfatizavam a intenção cênica em cada fragmento do corpo, concluindo-se pela concepção de uma cena curta a partir do mote de uma habilidade particular da atriz transposta para a cena de palhaço. A cena final se valeu da relação criada por Melanina com o público da rua e de orientações de sala para compor as características da personagem e a concepção da ideia de palhaço formada pela orientanda durante o processo; e materializa o resultado alcançado pela pesquisa. A pesquisa aqui relatada leva em conta as influências do público nas cenas e como estas influências afetam o ator podendo se transformar em alegrias ou tristezas dependendo de como estas potências me atravessam (DELEUZE). A partir do momento que avalia tais afetações, sejam elas ditas positivas (alegrias) ou negativas (tristezas) o ator encontra determinadas potencialidades, podendo entretanto, deixar-se influenciar em seus movimentos. O palhaço não absorve à cena sentimentos negativos que o façam parar de se movimentar (entristeçam), e evita fazê-lo mesmo no improviso. Pelo contrário, trabalha com as sensações e pensamentos de modo que estas se manifestem corporalmente visíveis para o público (COLOMBAIONI). O processo de construção da palhaça Melanina leva a pesquisadora a concluir ainda que a construção do palhaço pessoal passa pela corporificação de pensamentos e sensações de modo que estes se tornem transparentes para o público. Desta forma, o público acompanha e compreende a cena de maneira sinestésica e, consequentemente, participa da ação, estabelecendo o vínculo necessário ao surgimento e desenvolvimento do processo de descoberta e revelação desta personagem.

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