Iniciação Científica (PIC) e Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (PIBITI), II Encontro Anual de Iniciação Científica da Unespar

Tamanho da fonte: 
FREQUÊNCIA DE UTILIZAÇÃO DE POLEIROS ARTIFICIAIS POR AVES EM ESTUDOS DE RESTAURAÇÃO ECOLÓGICA NO BIOMA MATA ATLÂNTICA
Rosane Pacheco

Última alteração: 2016-08-03

Resumo


A Mata Atlântica é um dos hotspots de biodiversidade mais ameaçados do mundo. Nos últimos anos, foram propostas diversas iniciativas para a restauração de ecossistemas degradados deste Bioma, sendo a de utilização de poleiros artificiais a mais amplamente difundida. Tais estruturas visam atrair as aves que podem dispersar sementes de espécies de plantas consumidas em frutos nas florestas próximas. O objetivo deste trabalho foi avaliar quais espécies de aves foram mais frequentes na utilização de poleiros artificiais destinados à restauração ecológica da Mata Atlântica brasileira. Para a pesquisa foi utilizada a ferramenta de busca avançada do software Publish or Perish, buscando estudos com listas de aves que utilizaram poleiros artificiais, e, a partir destes, foi obtida uma matriz de presença e ausência. Cada espécie teve sua frequência de ocorrência (FO%) calculada com base em sua incidência nas amostras de cada estudo utilizando poleiros. A proposta de classes de FO foi: (a) constante (igual ou acima 50%); (b) acessória (entre 25% a 50%) e ocasional (abaixo de 25%). Para se comparar as proporções de aves em cada categoria foi utilizado o teste Qui-quadrado (χ²) com hipótese nula de igualdade (α=0,05). Foram registradas 104 espécies descritas por uma taxa de acúmulo (y= -0,3063x2+12,39x; R²=0,98) cronológica nos estudos avaliados onde fica claro que a curva não assume assíntota. A maior parte das espécies foram ocasionais (n=80; 77%) e acessórias (n=17; 16,3%). A classe menos representativa foi a de espécies constantes (n=7; 6,7%) demonstrando desproporção entre as classes de acordo com o teste χ² (GL=2; P<0,05). Dentre estas, Pitangus sulphuratus, Tyrannus melancholicus, Mimus saturninus e Tyrannus savanna apresentam capacidade de dispersão. Aves frugívoras especializadas como Tangara cyanocephala e Tangara palmarum foram menos frequentes (FO=18,1%). Assim, demonstra-se que um grande número de espécies pode utilizar poleiros artificiais e que a dispersão em ambientes degradados é função de um pequeno número de espécies generalistas, que acabam suprindo a função ecossistêmica de aves frugívoras especializadas, que em áreas degradadas apresentam baixa frequência de ocorrência.


Palavras-chave


Restauração ecológica; Nucleação; Serviços ecossistêmicos da fauna

Texto completo: PDF