O projeto visa um questionamento acerca do modus operandi do ator, cuja via principal e amplamente utilizada de interpretação, nos tempos modernos, baseia-se na utilização de diversas ferramentas mentais, psicológicas. Isso dá-se principalmente pelos trabalhos de Stanislavski que, como teórico teatral, foi o primeiro a sistematizar um método cujo qual o ator pudesse embasar sua técnica, aprimorando-a. No entanto, tal abordagem possui um caráter demasiadamente subjetivo e, simultaneamente, inconstante, o que pode comprometer o trabalho interpretativo. Assim, o foco da presente pesquisa busca estudar uma via mais objetiva, partindo do corpo como matéria primeva para a feitura dos trabalhos. Uma mudança paradigmática do “que” se está fazendo em cena para o “como” se está fazendo, possível pela análise das ações físicas perpetradas pelo ator, e que posteriormente constituem uma partitura física. Referidas reflexões, após as considerações teóricas pertinentes, extrapola o campo das ideias, manifestando-se empiricamente na investigação e posterior concretização de uma pequena cena cujos referenciais incluem o universo de Agatha Christie e Fiódor Dostoiévski.