A pesca artesanal ocupa grande parte da capacidade de trabalho das comunidades litorâneas paranaenses sendo os portunídeos importantes para algumas comunidades do Complexo Estuarino da Baía de Paranaguá (CEP) como principal fonte de subsistência. São notórias a exploração desordenada e o conhecimento incipiente da biologia destas espécies na região. Além da sobrepesca, foi registrada recentemente a ocorrência de uma espécie de siri com elevado potencial invasor. Este trabalho objetivou caracterizar a população de siris, visando avaliar a distribuição espaço-temporal das espécies, assim como a razão sexual e estágio de maturação gonadal. As amostragens foram realizadas em 8 pontos amostrais da baía de Paranaguá, onde foram distribuídas 10 gaiolas iscadas em linha paralela, submersas por um período de 12 horas.  Entre maio de 2014 a julho de 2016, foram coletados 3.451 indivíduos, representados em ordem de abundância: Callinectes danae (n=2575), Callinectes exasperatus (n= 674), Charybdis hellerii (n=95), Callinectes sapidus (n= 82), Callinectes bocourti (n= 17) e Callinectes ornatus (n=8). A razão sexual mostrou-se a favor dos machos em C. danae, C. hellerii e C. ornatus, com as seguintes proporções, respectivamente, de 1,7: 1 , 2,2:1 e 7:1. Já em C. exasperatus, C. sapidus e C. bocourti tal proporção foi a de 0,05: 1, 0,17:1, 0,42:1 , nesta ordem, sendo favorável às fêmeas. A largura da carapaça (LC) dos machos de C. danae variou de 4,98 a 134,68 mm (Media=79,57mm ± 8,28DP) e das fêmeas de 7,31 a 112,84mm (67,67mm ± 10,12DP). Em C. exasperatus LC variou de 51,56 a 121,99 mm (83,19mm ± 15,33DP) nos machos e das fêmeas de 24,36 a 108,20mm (84,20mm ± 9,67DP). Em C. hellerii LC variou de 54,32 a 78,59 mm (68,83mm ± 4,87DP) e das fêmeas de 49,26 a 63,69mm (56,39mm ± 3,72DP). Em C. sapidus LC variou de 51,83 a 137,21mm (83,87mm± 20,53DP) e das fêmeas de 53,96 a 117,38mm (97,24mm ± 15,10DP). Em C. bocourti LC dos machos variou de 109,47 a 120,68mm (116,19mm± 4,32DP) e das fêmeas de 73,07 a 109,10mm (86,52mm ± 11,11DP). Em C. ornatus LC dos machos variou de 23,32 a 63,94mm (55,04mm± 15,71DP) e da fêmea a largura foi de 52,96. C. danae mostrou-se abundante em todos os locais de coleta. C. hellerii, a espécie invasora, ocorreu em poucas áreas amostrais. O monitoramento da carcinofauna no CEP é de suma importância, para que se possa determinar a disponibilidade deste recurso no ambiente e precaver possíveis impactos à comunidade marinha local.