Iniciação Científica (PIC) e Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (PIBITI), II Encontro Anual de Iniciação Científica da Unespar

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A HISTÓRIA DA MULHER NA EDUCAÇÃO E NO MAGISTÉRIO NO BRASIL
Ana Cristina Furtado Pereira

Última alteração: 2016-07-27

Resumo


A desvalorização social da carreira do professor trouxe consequências para a educação como um todo, dentre elas seu abandono e a carência de profissionais em algumas áreas. O intuito dessa investigação é verificar o processo de feminização do magistério e suas relações com esse fenômeno. O ponto de partida está pautado em um eixo teórico-metodológico que concebe tais acontecimentos a partir das relações sociais de produção da vida, por isso foi retomada a trajetória das mulheres na educação e no trabalho, verificada sua inserção na docência, as lutas para sua aceitação nesse espaço, além de identificar a atual situação da docência no Brasil. Historicamente as mulheres foram educadas para os afazeres domésticos, para serem futuras esposas e mães. Acreditava-se na inferioridade intelectual das mesmas, o que fez com que tivessem pouco acesso à escolarização. O surgimento da educação pública e a demanda por mais docentes levou a mulher a ocupar esse espaço, devido a fatores econômicos e culturais. A docência não era valorizada e, com a ascensão do capitalismo, os homens foram em busca de melhor remuneração. As relações produtivas e os hábitos de classes e grupos, por sua vez, constituíram uma representação que concebia o trabalho na educação primária como extensão do papel de mãe, sendo a docência uma ocupação complementar e de vocação feminina, que dispensaria uma valorização como as demais. É possível constatar que o perfil atual dos docentes da educação infantil e do ensino fundamental é majoritariamente feminino. Em outras áreas produtivas a mulher também se inseriu de modo precário e foi superexplorada, no contexto de desenvolvimento e valorização do capital. A precarização do trabalho docente, por sua vez, foi intensificada com as reformas econômicas no processo de reestruturação do capital, orientada por políticas públicas que levaram a sua precarização, à intensificação do trabalho do professor e a deterioração de suas condições de trabalho, contribuindo para seu desprestígio social, baixos salários e seu consequente abandono. Infere-se dessa análise que múltiplas determinações devem ser consideradas para a compreensão da desvalorização do magistério, sendo insuficiente relacioná-la exclusivamente com sua feminização.

Palavras-chave


Feminização do Magistério; Docência; Desvalorização profissional

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