Iniciação Científica (PIC) e Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (PIBITI), II Encontro Anual de Iniciação Científica da Unespar

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O PECADO DA LUXÚRIA NA DANÇA SALOMÉ: O CORPO CONDENADO NA BAIXA IDADE MÉDIA
Morotti Ramalho Leite

Última alteração: 2016-08-08

Resumo


Nosso objetivo é refletir acerca do pecado da luxúria por meio da análise das obras Banquete para Herodes de Lippo Lippi (1406-1469) e Dança de Salomé de Benozzo Gozzoli (1420- 1497).  A investigação é desenvolvida pelo olhar da História da Educação e da Educação Física, os pressupostos teóricos são provenientes da História Social, a qual nos permite dialogar com várias áreas do conhecimento e utilizar a produção imagética como fonte de pesquisa. Nossas reflexões são direcionadas pelas inquietações acerca do conceito de corpo no contexto da Baixa Idade Média. Sabe-se que durante a Idade Média o corpo e as práticas corporais foram condenados por serem entendidas como pecado. A perseguição à dança, especificamente, era justificada pelo fato de Salomé ter trocado a cabeça de João Batista por sua dança. A análise imagética nos possibilita entender que a jovem vestida com roupas brancas pintada por Lippo Lippi, parece executar movimentos leves e delicados, quase angelicais. O pecado parece não estar na dança, mas sim plano elaborado por sua mãe, Herodíades, que recebe a cabeça de João Batista em uma bandeja. No entanto, a Salomé de Benozzo Gozzoli, diferentemente, apresenta-se mais próxima do conceito do pecado da luxuria medieval. Suas roupas vermelhas se remetem ao pecado da carne e seu olhar parece seduzir o rei que atende ao pedido da bailarina. Dessa forma, podemos entender que os pintores, mesmo vivendo no mesmo período histórico, compreenderam o pecado de forma diferente: um o localizou no intelecto (articulação do plano) e o outro no corpo (dança de Salomé).

Palavras-chave


Palavras-chave: Corpo. Luxúria. Dança. Baixa Idade Média.

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