Iniciação Científica (PIC) e Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (PIBITI), II Encontro Anual de Iniciação Científica da Unespar

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DINÂMICA TERRITORIAL DO CAPITAL E DO TRABALHO: o monocultivo de pinus e os desdobramentos para os trabalhadores em Porto União/SC e União da Vitória/ PR.
Dayane Winkler

Última alteração: 2016-08-10

Resumo


RESUMO

A presente pesquisa buscou analisar, por dentro da dinâmica territorial do capital e do trabalho o processo de territorialização do monocultivo de pinus em Porto União/SC e União da Vitória/ PR, bem como, os desdobramentos, no que concerne a precarização do trabalho aos trabalhadores envolvidos nas áreas de plantio, manutenção e corte de pinus. Também, propomos identificar a relação entre trabalho e saúde, como processo inerente da relação capital-trabalho e seus rebatimentos a estes trabalhadores, além de analisar a trajetória de vida dos sujeitos envolvidos no monocultivo de pinus. Enquanto metodologia, a pesquisa foi dividida em três eixos estruturantes: Dinâmica territorial do monocultivo de pinus nos referidos municípios, os desdobramentos para os trabalhadores e, compreender a natureza do trabalho no monocultivo de pinus. A pesquisa baseou-se em metodologias qualitativas, por meio da realização de entrevistas. Como resultado, obtivemos a compreensão da dinâmica territorial do capital e do trabalho, atrelada aos desdobramentos da expansão capitalista aos trabalhadores. Com destaque, para as rupturas em suas trajetórias de vida e trabalho (plasticidade e capilaridade do trabalho), elevadas jornadas de trabalho, baixos salários e riscos à saúde dos trabalhadores. Sendo assim, por meio das entrevistas e saídas de campo, observamos que o monocultivo de pinus é a mais dura e precária realidade territorial destas cidades, fazendo com que os trabalhadores sofram um processo de desagregação sociocutlural e territorial. Para a efetivação do pinus enquanto dinâmica territorial, isto é, para ocorra sua territorialização, o desdobramento direto aos trabalhadores, passa pela precariedade das condições de trabalho, deste o plantio, manutenção e corte da floresta artificial. Constatamos, que a jornada de trabalho, ultrapassa na maioria das vezes, as oito horas diárias, já que estes recebem por produção, a tendência é que quanto maior o número de horas trabalhadas, maior seja a produção e por consequência, o salário. Verificamos que é significativo, por parte dos trabalhadores entrevistados, a não existência de ato do registro em carteiras de trabalho, bem como, a exposição aos riscos cotidianos no processo trabalho e que não raras vezes, acontece algum tipo de acidente de trabalho. Ainda observamos, que as condições de realização do trabalho se mostram psicologicamente desgastantes, sobretudo, pela distância da família, uma vez que os trabalhadores ficam por semanas/meses em alojamentos precários junto às áreas de monocultivo.

 

 


Palavras-chave


Trabalho; monocultivo de pinus; dinâmica territorial.

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