Última alteração: 2016-08-04
Resumo
RESUMO
O objetivo do trabalho é demonstrar a dinâmica espacial do gasto público realizado na área de saúde dos municípios do estado do Paraná entre os anos de 2009 e 2013, tendo como hipótese que ocorrem diferentes níveis de gasto na área de saúde, bem como sua distribuição espacial desigual entre os municípios. Após a Grande Depressão Econômica e a introdução do pensamento keynesiano, o Estado passou a intervir de forma mais intensa na economia e no período pós-guerra a sociedade apresentou novas demandas que tiveram que ser incorporadas pelo Estado e suas finanças, principalmente no que diz respeito a promoção do bem-estar e do desenvolvimento econômico. Dentre estas demandas está a correção de falhas alocativas apresentadas pelo mercado. Uma destas correções está relacionada com os bens meritórios, que podem ser explorados economicamente pelo setor privado em busca de lucro, porém, podem ou devem ser produzidos pelo Estado para evitar a exclusão do seu consumo por parte da população de baixa renda, dada sua incapacidade de pagamento, principalmente nas áreas de saúde e educação. Como metodologia foi utilizada a Análise Exploratória de Dados Espaciais (AEDE) que compreende um conjunto de técnicas usadas na Econometria Espacial que leva em consideração os efeitos espaciais na especificação, na estimação, no teste de hipótese, bem como na previsão de modelos, buscando descrever distribuições espaciais, identificar observações discrepantes, prover dicas e indicações sobre a existência de padrões de associação espacial (globais ou locais) e também, a presença de clusters espaciais nos dados obtidos. Com relação aos resultados obtidos pode-se observar que a maioria dos municípios (aproximadamente 60% do total) nos anos de 2009, 2010 e 2011 apresentaram um gasto per capita anual em saúde entre R$ 250,00 e R$ 500,00. Para os anos de 2012 e 2013 a maioria dos municípios passou a apresentar um gasto per capita anual em saúde entre R$ 500,00 e R$ 750,00. Os três municípios paranaenses com maior gasto (acima de R$ 1.000,00) em saúde per capita anual nos anos de análise foram Jardim Olinda, Nova Aliança do Ivaí e São Pedro do Paraná. Com relação a formação de clusters nos anos de análise houve a formação de dois do tipo Baixo-Baixo, um próximo a Curitiba e outro na região central em direção ao sul do estado e, dois do tipo Alto-Alto localizados na região extremo noroeste do estado. Através dos resultados a hipótese de que os gastos na área de saúde no estado do Paraná apresentam diferentes níveis e que ocorre uma distribuição espacial desigual entre os municípios foi aceita.