Última alteração: 2016-08-02
Resumo
A carta do escrivão Pero Vaz de Caminha, com as primeiras notícias da terra de Vera Cruz somente no século XVIII seria publicada na Europa, mesmo assim com censuras. A chegada da família Real ao Rio de janeiro (1808) e a proposta de “abertura dos portos as nações amigas” expõe o território colonizado ao ávido exame de um novo perfil de viajantes, são eles: artistas viajantes e sua visão em, um Brasil romântico, especuladores definindo novos territórios investimentos em terras do Brasil, especuladores com formação em mineralogia e os naturalistas com conhecimento da botânica e zoologia, todos observadores da sociedade brasileira. Objetivamos neste projeto de pesquisa um estudo de paisagem rural no qual abordaremos os elementos fixos e as pessoas que dão historicidade as localidades geográficas caracterizando espaço, estrutura de sociedade, cultura e atividades. Apoiados por duas fontes documentais 1. “Viagens ao interior do Brasil” (1807- 1811) de John Mawe (1764-1829) e 2. “Viagem a Curitiba e Província de Santa Catarina” de Auguste de Saint- Hilaire. Nosso procedimento metodológico buscou responder ao seguinte objetivo: as informações presentes no relato dos viajantes naturalistas que no contexto do século XIX teceram novo entendimento da relação homem e natureza? Em nossas conclusões finais consideramos que essa natureza, que já fora reconhecida e dominada pelo conquistador no processo de ocupação colonizadora, neste segundo momento de viajantes apoiados pela abertura dos portos, apresenta um conhecimento de ciência moderna e as ferramentas utilizadas por eles são critérios que se apoiam na cientificidade. A partir do século XIX a ciência moderna orientou e legitimou esse segundo momento de reconhecimento do europeu em território brasileiro e os problemas científicos de seu tempo aparecem com nossa pesquisa orientada pela “História e Memória” de Jacques Le Goff que entende que a memória é coletiva e é forma científica de propagar a história e que o documento é um conjunto material que viveu a ação do tempo, pertence a um determinado passado, mas não é totalidade, apenas herança desse passado e sobre o qual recai a escolha do historiador.