Iniciação Científica (PIC) e Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (PIBITI), II Encontro Anual de Iniciação Científica da Unespar

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UTILIZAÇÃO DA MORFOMETRIA GEOMÉTRICA NO ESTUDO DA FORMA DE PORTUNÍDEOS.
Elliezer de Lima Correia

Última alteração: 2016-08-01

Resumo


A morfometria geométrica compreende os estudos da forma dos organismos, analisando regiões específicas da forma e se há diferença ou não entre elas. Os portunídeos (siris), são decápodes nadadores amplamente distribuídos por toda a costa do atlântico ocidental, também são bons modelos de estudo morfométrico, pois possuem uma carapaça rígida e com regiões bem evidentes, facilitando observação e análise entre as formas. No presente estudo foram utilizados siris da espécie Callinectes danae, coletados em diversos locais do complexo estuarino de Paranaguá-PR (CEP). Os exemplares foram coletados através de gaiolas e levados ao laboratório, onde foram identificados, sexados, fotografados dorsalmente e analisados, buscando diferenças morfológicas entre grupos da espécie de diferentes locais do CEP e os aspectos ecológicos que regem tais diferenças. Em todas as imagens foram marcados pontos anatômicos homólogos e obtida as coordenadas de cada ponto. Os dados obtidos foram organizados e levados ao programa MorphoJ para as análises estatísticas. Foram obtidas 120 imagens de machos adultos da espécie Callinectes danae capturas em quatro locais do CEP, sendo 30 de cada local. Após o procedimento de sobreposição de Procrustes, que elimina efeitos de posição e tamanho das imagens, foram realizadas as análises de variação canônica e análise discriminante entre os grupos. Dois grupos de siris (TCP e Ilha do Mel) foram os que tiverem diferenças mais significativas. Siris do grupo TCP possuem espinhos anterolaterais mais pronunciados, e siris do grupo ilha do mel possuem região posterior da carapaça mais pronunciada externamente. Considerando que não há isolamento reprodutivo entre os grupos, uma vez que a fase larval dos siris promove grande dispersão inclusive entre estuários, as diferenças observadas indicam que o ambiente promove uma adaptação morfológica dos indivíduos, e que os machos são até certo ponto residentes nas áreas. Não se pode dizer ainda quais características do ambiente são responsáveis por tais diferenças, e nem a relação destas com a forma de cada grupo, porém o tipo de sedimento, a presença de espécies competidoras/predadoras e características oceanográficas dos locais, como profundidade e força de corrente podem estar envolvidas.


Palavras-chave


Morfometria geométrica; Portunídeos; Complexo estuarino de Paranaguá

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