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Esta pesquisa teve por objetivo desenvolver um estudo sobre o romance Wuthering Heights (O Morro dos Ventos Uivantes) (1847), de Emily Brontë, adotando como principal foco as sugestões de aparições de fantasmas ao longo da narrativa. Para tanto, foi necessário estabelecer um panorama sobre aspectos da narrativa gótica na tradição literária, inserindo o romance estudado nessa tradição, bem como delineando seu pertencimento à estética do Romantismo. Foram elencados elementos tais como a melancolia presente nos personagens, a violência, o mistério, e associações sobre a figura do fantasma. Em uma segunda parte, tentamos propor um diálogo entre os fantasmas de Wuthering Heights e as reflexões apresentadas por Giorgio Agamben no livro Estâncias: a palavra fantasma na cultura ocidental. Além de Agamben (2012), serviram como aporte teórico autores que tratam da tradição da narrativa gótica e da literatura fantástica, tais como Hogle (2002), Todorov (1975) e Ceserani (2006). Para refletir sobre o pertencimento de Wuthering Heights à tradição Romântica, baseamo-nos, principalmente, em Gibert e Gubar (2007), Praz (1996) e Bataille (1989). A pesquisa teve em vista: a) contribuir para a formação da crítica literária sobre a narrativa gótica, mais especificamente sobre o romance de Emily Brontë; b) contribuir com os estudos interdisciplinares entre literatura e filosofia, por meio do diálogo com as reflexões de Agamben. Os resultados alcançados levaram à conclusão sobre a pertinência de se estudar o romance de Brontë a partir das teorias do fantástico e da caracterização da narrativa gótica, e também sobre a ampliação das possibilidades do olhar sobre o objeto literário a partir de uma perspectiva filosófica.

Wuthering Heights; gótico; sobrenatural