O objetivo desse trabalho é analisar as políticas públicas voltadas ao ensino superior no Brasil, durante o período de janeiro de 2007 a dezembro de 2010. Em especial, procura-se, compreender as interferências políticas, sociais e econômicas na universidade. O ensino superior brasileiro ao longo da história passou por significativas transformações motivadas por aspectos econômicos, políticos, sociais e culturais que refletem a busca pela identidade nacional e também pelos objetivos da nação. As influências da sociedade podem ser observadas desde as primeiras instituições universitárias, que surgem em um período considerado tardio, após longas tentativas de criação. Nas décadas seguintes ao seu surgimento, no século XX e XXI, o número de instituições ampliou-se significativamente, porém a ampliação é considerada apenas quantitativa, sem apresentar melhora na qualidade do ensino ofertado. Durante a década de 90 do século XX, o modelo neoliberal interferiu diretamente nas políticas brasileiras, refletindo a reorganização da economia mundial e o ensino superior nesse período ficou suscetível à atuação ofensiva de grupos privados e a orientações de organismos internacionais. A eleição de Luís Inácio Lula da Silva gerou expectativas sociais e políticas. Durante seu primeiro mandato, foram criadas políticas públicas voltadas para a redução da desigualdade social, continuadas no segundo mandato. Esse trabalho propõe a analise das políticas públicas do segundo mandato destinadas ao ensino superior. A metodologia empregada nesta pesquisa é pautada na análise documental dos projetos governamentais, sem se desvincular das reflexões acerca da conjuntura política, econômica, cultural e social do país. Com a pesquisa, pode-se perceber a expansão das universidades públicas, principalmente das federais, por meio do Reuni que ampliou e reestruturou o ensino superior, observou-se também a ampliação do acesso às instituições privadas garantidas por meio de programas sociais, como Prouni e Fies. As políticas públicas do segundo mandato do governo Lula voltadas ao ensino superior facilitaram o ingresso dos mais pobres ao ensino superior, uma estratégia do governo para ascensão social.