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As orações complexas de transposição adverbial/temporal: Um exercício de análise em ocorrências no discurso jurídico
Última alteração: 2016-08-03
Resumo
O trabalho analisou as orações adverbiais temporais introduzidas pelo conectivo quando, na Ação Penal nº470 (Origens dos recursos empregados no esquema criminoso (caso Mensalão)). Para tanto, tomou-se como fundamentação teórica as considerações funcionalistas de Neves (2000) e Haliday (1985) que, em conjunto, defendem a concepção de que a gramática é emergente. O estudo a partir da análise das 22 ocorrências apontou usos que estão para além da clássica univocidade segundo a qual para cada forma haveria uma única função (quando > tempo). Isso ocorre, porque o conectivo apresenta a tendência geral de trazer em sua carga semântica o sentido de condição e, mais raramente, o de contraste, associado ao de tempo. Tal fato suscitou, a um só tempo, a necessidade de se revisar o aparato teórico de cunho normativo (Cunha e Cintra (1985) e Mesquita (1990)), bem como de se redefinir a nomenclatura comumente empregada, já que a conjunção tradicionalmente indicativa de tempo pode trazer outras noções, recorrentes também em textos escritos da modalidade padrão do português brasileiro. Assim, por um lado, os resultados sugerem que se tratem das construções com quando como aquelas cuja função pode ser introduzir sentenças indicativas de tempo, tempo-condição, tempo-contraste. Por outro, apontam para a relação direta entre a sobreposição de carga semântica e os diferentes momentos da organização textual
Palavras-chave
Orações temporais; Tradição gramatical; Funcionalismo.
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