O presente trabalho tem como foco uma leitura acerca da questão do exílio representado na literatura contemporânea brasileira de autoria feminina, por meio da análise do romance Hanói, de Adriana Lisboa, publicado em 2013. O contexto que permeia a obra é o pós-modernismo que se faz presente e contribui de forma efetiva na configuração da obra e influencia na análise do romance, principalmente na questão que se refere ao exílio, uma vez que essa temática é bastante recorrente na contemporaneidade. Os objetivos do trabalho consistiram em analisar a obra focalizando a questão do exílio e da diáspora que são recorrentes na sociedade contemporânea e o modo como os personagens reagem a essas questões que envolvem desde a identidade até a falta de sua terra natal, valendo-se para isso da metodologia de leitura e análise literária da obra e dos textos teóricos voltados à Crítica Feminista e aos Estudos Culturais. Por meio das análises realizadas, podemos chegar a uma profunda reflexão acerca do exílio, e das marcas profundas que são representadas nas personagens do romance, que carregam em si, além dessas marcas, as consequências que o exílio causou, como uma busca pela identidade, que ficou fragmentada, assim como um apego a cultura de sua terra natal, uma forma de tentar manter parte da vida antes do exílio. As relações das personagens são fortemente marcadas por essa impossibilidade de retorno ao seu país de origem, o que se reflete em atitudes como a tentativa de preservação da cultura natal. Com o desenvolvimento desta pesquisa, podemos chegar às considerações de que o exílio aparece como temática nas obras contemporâneas, inclusive nas de autoria feminina, pelo fato de a experiência traumática provocada pelo mesmo não possa ficar restrita apenas àqueles que a sofreram na pele, apesar de a literatura não conseguir  retratar a realidade em sua totalidade, ela torna-se  verossímil aos leitores a partir da grande reflexão sobre o que é o exílio e suas consequências, e como as mesmas são permanentes e inapagáveis.