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AMPHIPODA ASSOCIADOS AO BIOFOULING DE CASCO DE NAVIO NA BAÍA DE PARANAGUÁ, PR.
Última alteração: 2015-11-18
Resumo
A incrustação biológica é a aderência de organismos incrustantes sobre substratos artificiais ou naturais e constituem-se um dos maiores problemas para o homem em suas atividades marítimas por trazer prejuízos significativos à navegação. A limpeza do casco da embarcação, se realizada de forma indevida ou em locais inapropriados resulta em danos ao ecossistema oceânico e costeiro, entre outras coisas, por promover a introdução de espécies exóticas. Como o Porto de Paranaguá recebe mensalmente cerca de 200 navios, a bioinvasão por organismos associados aos cascos dos navios é uma ameaça constante. Neste trabalho objetivou-se estudar a fauna associada ao casco de um navio ancorado na região portuária para conhecimento da comunidade de crustáceos anfípodos e avaliação do potencial de introdução das espécies. As amostragens foram realizadas por mergulho autônomo, sendo raspados as cracas e organismos associados com espátulas para dentro de sacos com malha de 0,5 mm. Foram obtidas amostras em diferentes partes do casco, na linha d'água na lateral e no fundo do navio (infralitoral superior e inferior). Os anfípodes foram separados e identificados por meio de bibliografia especializada ou com ajuda de especialistas. Foram encontrados 1152 indivíduos, com 66% (n=764) representados por Jassa marmorata Holmes, 1905, 33% (n=383) Caprella equilibra Say, 1818 e 1% (n=5) Stenothoe valida Dana, 1852. Para as três espécies houve uma proporção sexual a favor dos machos na maioria das amostras. A razão sexual total de J. marmorata foi de 2:1 e de C. equilibra 1:1 e S. valida não foi calculada devida ao pequeno número de exemplares. A abundância das três espécies foi maior nas amostras do infralitoral superior. J. marmorata é considerada como espécie criptogênica na região, porém é invasora em outros países. A espécie C. equilibra também foi classificada como criptogênica em outras pesquisas na região do Porto de Paranaguá. S. valida tem registros no litoral paranaense, e sua descrição original foi no Rio de Janeiro, sendo, portanto, uma espécie nativa, mas pouco abundante. A escassez de estudos neste tipo de substrato e os resultados obtidos neste trabalho demonstram o potencial de dispersão para a bioinvasão da fauna associada a este tipo de substrato, o que remete a importância do monitoramento e de boas práticas na manutenção de cascos de navios em regiões portuárias.
Palavras-chave
Anfípodes; biofouling; limpeza de navios.
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